Verde Que Te Quero Verde

O vermelho nunca foi inclinação natural da terra brasilis,
O verde sempre foi nossa nativa vocação,
Ainda que desmatado, sempre o verde.
Carnavalizaram demais com o verde,
Vestiram o papagaio com pele de lobo,
Lobo das estepes, o lobo do homem.
Fantasiaram o portuga-afro-índio de cossaco,
Puseram a foice e o martelo em suas mãos
(logo nas de quem...).
Deu no que deu!
Uma transfusão se faz urgente,
Do sangue pela seiva,
Do vermelho pelo verde.
Pelo verde-oliva, se necessário for ou se mostrar.
Sim, pelo verde-oliva
E por que não?
Já deu certo uma vez, não deu?
Não é mais hora
Nem há mais espaço para conciliações e conchavos.
É hora de redefinições e novos maniqueísmos,
Que as elocubrações, intermédios e meios tons
Sejam deixados nos lugares que bem lhes cabem,
Nas conversas de boteco e nos livros de filosofia.
A realidade é dicotômica:
Verde é verde, vermelho é vermelho.
Tente misturá-los e terá um marrom-merda em suas mãos,
O marrom-merda que tomou conta do país nas últimas décadas,
Marcadamente na última.
Não é mais hora de moderações,
Do equilibrista em cima do muro,
Não é mais hora de confusões e conluios cromáticos,
Não é mais hora para daltonismos:
Verde que te quero verde.

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