Pústulas

Época de eleição é tempo de político pegar no colo e beijar criancinhas remelentas, de visitar favelas (devidamente escoltado), de inaugurar escolas e hospitais que logo estarão inativos por falta de manutenção - obras cenográficas, eu as chamo -, de receber abraços dos eleitores (e gastar, depois, litros de álcool gel para se livrar do futum), de dar dentaduras e butijões de gás,de comer buchada de bode.
Tudo vale como munição na caça aos votos, tudo. Até falar da progressão continuada (teleporte para a matéria completa aqui). Já expliquei claramente a tal progressão continuada aqui no blog, umas duas ou três postagens atrás.
Alckmin a defende a progressão e lembra, já se escudando de ataques pseudovermelhos, que ela foi implantada pela primeira vez em um governo petista; Mercadante, que já mentiu sobre seu currículo, se dizendo doutorado quando nem mestrado tem, se posiciona contra; até um tal Celso Russomano, picareta televiso oriundo de programas como o "Povo na TV" e "Aqui e Agora", também é contra a progressão e o bônus dado ao professor; o tal Paulo Skaf, que pode entender muito de indústria, mas escola não é indústria, é mais filosófico em relação à questão da progressão e do bônus e dispara : uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Ou seja, nenhum desses imbecis sabe coisa alguma do impacto da progressão nas escolas, dos danos causados a toda uma geração - quase duas, na verdade. Simplesmente não têm a menor noção do que estão falando.
Muito me engano, nenhum desses pústulas jamais pegou num giz e, apenas com essa arma, enfrentou uma sala de aula superlotada, sem cortina ou ventiladores, com mais de 40 alunos onde uns 35 deles gostaria de estar em qualquer outro lugar do planeta que não ali, e que não têm a menor obrigação de estudar ou serem responsáveis. Nunca tiveram também que enfrentar a ignorância de pais e mães relapsos que atribuem à escola toda a culpa pela falta de educação de seus filhos.
Muito me engano, nenhum desses trastes têm filhos estudando em escola públicas.
Deveriam, portanto, continuar a tratar do que entendem, restringir-se ao de sempre, beijar criancinhas remelentas e abraçar favelados.

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