Motoristas Semi-Habilitados

As escolas públicas de SP são (des)norteadas pelo modelo peidagógico da "Progressão Continuada". Modelo que, no papel e se lido por imbecis, pode até parecer muito interessante e inovador, mas que, na prática, resume-se meramente a catapultar o aluno às séries seguintes, tendo ele adquirido, ou não, os conteúdos básicos das séries anteriores. A progressão continuada proíbe legalmente que um aluno seja reprovado até que conclua a sétima série do ensino fundamental (antigo ginásio), quando ele já conta com 13, 14 anos. A possibilidade de uma retenção - ainda que remota - só começa a ser vislumbrada a partir da 8ª série, porém aí a coisa já desandou, irreversivelmente.
Primeiro que a grande maioria, não precisando estudar para ser promovida, não adquiriu o menor hábito de estudo ao longo de sua vida escolar, nem método ou disciplina. Pior, o cérebro não "cresceu" junto com o restante do corpo. A criança não foi construindo sua estrutura cognitiva, partindo das informações e conceitos mais rudimentares, que vão se complexando gradativamente, o cérebro tem que aprender a aprender.
Aí na oitava série, esse indivíduo, sem hábito algum de estudo e nem o mínimo alicerce cognitivo, é confrontado em ter de absorver um conteúdo para um cérebro de 14 anos, o dele ainda tem 6 ou 7 anos. Óbvio que ele não vai dar conta. Conserto para isso? Não há! Virtualmente não há! Solução adotada na prática : apesar da possibilidade de retê-lo, a escola continua promovendo automaticamente esse aluno; culpa no cartório, remorso, talvez.
Ao fim do ensino médio (antigo colegial), têm-se uma grossa massa de semianalfabetos, ou analfabetos funcionais, como querem os peidagogos de merda. Analfabeto funcional, o cara funciona para quê? Para mão de obra barata, serviços braçais, atividades que qualquer chimpanzé bem treinado faria melhor.
Infelizmente, ao que parece, e peço desculpas antecipadas pelo infame trocadilho, a progressão continuada está a fazer "escola" em outros setores, está a se alastrar por outras plagas.
Li hoje que as autoescolas terão de apresentar um nível mínimo de aprovação de seus alunos se quiserem renovar suas credenciais de funcionamento. O suborno e a propina vão comer ainda mais soltos, os delegados de trânsito vão pôr o burro na sombra de tanta grana que receberão das autoescolas, para eles também aprovarem automaticamente os aprendizes de condutores de veículos.
O trânsito brasileiro, não notório por sua educação, passará a ter motoristas, digamos assim, semi-habilitados? Ou melhor, condutores não-habilitados funcionais, como preferem os peidagogos de bosta? Haverá supletivo de autoescola? Cursos à distância? Os alunos, ao invés de pegarem no volante, assistirão on-line a uma aula gravada por algum idiota? Se a moda da progressão infectar outras áreas, estaremos verdadeiramente fudidos. E ela infectará.
No mesmo jornal, outra notícia : "1/5 dos estudantes brasileiros sai do colegial com matemática de 4ª série".
De novo, a progressão, cria bastarda dos peidagogos abjetos. E a manchete é propositalmente ambígua, leva o leitor desavisado a supor que os outros 4/5 (ei, estão vendo como sei fazer contas com fração?) tenham adquirido o conteúdo adequado ao ensino médio. Nada disso!
O 1/5 (ou os 20%) que sai do ensino médio com habilidade matemática de 4ª série é a fração dos bons, dos melhores alunos; os outros 80% nem com isso saem. Ei, e não é que eu também sei fazer umas continhas com porcentagem? Não é que eu aprendi tudo certinho, lá na minha época?
Será que foi porque a escola que me formou, segundo os peidagogos de cu, era uma instituição massacrante, traumatizante, cerceadora e inibidora de aprendizado? Engraçado, não traumatizou nem inibiu meu conhecimento e vontade de aprender, tampouco me senti aviltado em alguma ocasião.
Ou será que aprendi o básico porque era uma escola digna do nome, uma escola que trazia o aluno à responsabilidade, que deixava bem definido que escola era local de obrigação, não de diversão e licenciosidade?
Desde ontem, acordei com uma vontade medonha de mandar alguém tomar no cu, assim do nada, sem mais nem menos, gratuitamente, coisa dessas catarses cretinas.
Vou aproveitar o ensejo : vão todos tomar no meio dos vossos cus, peidagogos filhos de puta.

Postar um comentário

0 Comentários