Crianças de Coro Católico Alemão Sofreram Abusos Sexuais

Nutro uma única fé cega em relação às religiões : causaram, causam e ainda causarão infinitamente mais mal do que bem à humanidade.
E não digo - não desta feita - das grandes produções hollywoodianas da Igreja, das superproduções, dos campeões de bilheterias, dos blockbusters exibidos em grandes salas do circuito nacional, das grandes atrocidades históricas promovidas por ela - inquisição, cruzadas e demais guerras santas -, direi hoje dos seus filmes de pequeno orçamento, de seus filmes B, de suas produções independentes de baixo custo, de seus curta-metragens, os pequenos, porém, catastróficos e irreparáveis, dramas pessoais e domésticos, entre eles, a face mais canalha, abjeta e filha da puta de seus sacerdotes, de seus homens santos (e não foi fácil eleger a face mais canalha, abjeta e filha da puta diante do diamante multifacetado de crueldades, imoralidades e baixezas que é a Igreja) : a da pedofilia, a produção mais cult, entre os padres, bispos, cardeais etc, da grande indústria do entretenimento da Igreja Católica, exibida apenas aos iniciados, em pequenas e obscuras salas e, comumente, apenas para dois espectadores : um padre e uma criança.
O caso mais recente envolve o possível - e mais do que provável - abuso de mais de 200 crianças que cantavam num coro infantil numa igreja da diocese de Regensburg, ao sul da Alemanha. Ulrich Weber, contratado pela diocese para encabeçar as investigações, afirmou que as 231 supostas vítimas incluem 50 que fizeram acusações “plausíveis” de abuso sexual no coro de meninos Regensburger Domspatzen e em duas escolas associadas, entre os anos de 1953 e 1992.
A investigação durou 8 meses e ouviu 140 pessoas, entre as quais 70 possíveis vítimas. Das entrevistas, cujo relatório foi entregue em 08/01/16, Weber concluiu que um terço das crianças das duas principais escolas que cediam cantores para o coral, uma em Etterzhausen e a outra em Pielenhofen, sofreu alguma forma de abuso, que iam desde carícias até o estupro. Vai ver que o padre broxa, filho da puta, de pau mole, que não levantava nem pela graça do Espírito Santo, ficava só nas carícias com a ovelhinha colocada à sua confiança e aos seus cuidados pelos pais, um velho seboso, fedido, babento e rançoso beijando e acariciando uma criança indefesa - e aqui é difícil discernir o que em mim é nojo, o que é raiva e o que é desejo de que esses desgraçados fossem sumariamente eliminados da face da Terra -; já os padres ainda agraciados por Deus com vigor e virilidade, abençoados pelo Divino, pelo chefe deles, com potentes ereções, levavam o estupro ao fim e a cabo - para esses, parece-me que a pena de morte seja medida por demais misericordiosa.
Claro que a desgraça da pedofilia não é exclusividade de padres e outros religiosos, não é patente registrada pelo meio eclesiástico, esse câncer pode ocorrer - e ocorre - em qualquer outra área de atuação humana, mas, dentro da Igreja, esses canalhas encontram proteção e abrigo certos. Quando a merda explode, isso se explodir, a punição padrão da Santa Igreja é transferir o filho da puta para outra paróquia, onde ele é um desconhecido, um ficha-limpa, e pode começar tudo de novo com um novo rebanho de criancinhas, deve ser até revigorante para o pústula, um prêmio na verdade, e, ao que me parece, aos olhos de Deus, do Deus deles pelo menos, ele continua a ser sempre um ficha-limpa, com direito a entrar no Céu pelo portão principal.
Além disso, um pedófilo outro qualquer, um pedófilo leigo, digamos assim, tem que caçar suas vítimas, meticulosa e cuidadosamente, e tem ação mais restrita, faz número reduzido delas, se é que é possível se falar em número reduzido em casos de pedofilia, um já é um absurdo. Já a padraiada tem poder de destruição em massa, não precisa sair à caça, as crianças são enviadas aos bandos para as garras dela, e pelos próprios pais. A padraiada tem acesso a um número ilimitado de vítimas, que se renova a cada nova geração de fiéis.
Conheço e convivo com algumas pessoas religiosas - e são bons religiosos - que, sem o propósito de me convencer e converter, sabem que isso é impossível, dizem que encontram um conforto e uma paz muito grande dentro de uma igreja, sentem uma leveza de espírito muito grande. Embora eu não consiga conceber o conforto no inexistente, acredito nelas, acredito na sensação que elas dizem ter, mas não no que alegam ser a causa dela. Acontece que esse mesmo ambiente que conforta àlguns pode ser utilizado - e frequentemente o é, muito mais do que noticiam as mídias - como arapuca para a captura de inocentes que servirão às perversões de velhos doentes; o mesmo ambiente, que é um spa da alma para uns, é câmara de tortura e de horrores para outros. Quantas vezes os pais não estão lá na missa orando para seu Deus e seus filhos não estão, nos fundos da igreja, sendo molestados? Os pais orando a Deus na nave principal e, nos fundos da igreja, Deus demonstrando a compaixão que é própria Dele.
Para que igrejas, ora porra? Para que dar sorte para o azar? As pessoas que dizem encontrar tal conforto dentro de uma igreja não poderiam obtê-lo em seu próprio lar, na reclusão de seus quartos? Se Deus existe e é oni-isso, oniaquilo e oniaquiloutro, não importa de onde a pessoa eleve suas preces e pensamentos ao Criador, Ele a escutará da mesma maneira. Só que não é Deus quem leva multidões aos templos, não é em busca do Senhor que as pessoas superlotam as igrejas - e os cofres delas, consequente e obviamente. As pessoas acorrem às igrejas levadas pelo instinto gregário gravado em nosso DNA, elas se reúnem atendendo não a uma fé religiosa, mas sim capitulando frente ao chamado do rebanho. É a sensação do grupo, de pertencer a um, que lhes dá o tal conforto, não lhes é uma necessidade espiritual, lhes é uma prerrogativa genética. Deus e as religiões são só uma das inúmeras maneiras de se agregarem, são só pano de fundo. Conseguiriam o mesmo efeito - e o conseguem, só não se apercebem disso - em um estádio de futebol abarrotado torcendo pelo seu time, em um show de seu cantor preferido, em grandes reuniões de família, em marchas e passeatas de protesto etc. Não é Deus quem entrega criancinhas de bandeja a pervertidos, e nem poderia ser, já que inexistente, é o espírito de rebanho inculcado na grande maioria das pessoas. É o instinto gregário que abastece e renova o rebanho de ovelhinhas e as deixa à mercê de estupradores de batina.
E a cereja do bolo : adivinhem quem foi o maestro do coro infantil  durante 30 anos, entre 1964 e 1994, período em que a maioria dos abusos alegados aconteceu? Ninguém mais ninguém menos que Georg Ratzinger. Se o prenome não lhes é familiar, o sobrenome sim, Ratzinger. O ex-maestro do coro infantil é o irmão mais velho do ex-Papa Bento XVI. Ainda segundo o investigador Weber, Georg Ratzinger deve ter conhecimento de, pelo menos, alguns abusos, o que o primogênito dos Ratzinger negou veementemente, agora e em ocasiões anteriores. Deve ter até jurado que não sabia de nada com a mão em cima da Bíblia.
"Não fui informado de maneira alguma sobre abusos sexuais. Não estava ciente de que quaisquer abusos sexuais estivessem acontecendo naquela época", disse Georg, de 91 anos. Weber rebate : “Os eventos eram conhecidos internamente e foram criticados, mas não tiveram quase nenhuma consequência”. Anteriormente a essa investigação, a diocese de Regensburg oferecera pagar 2500 euros por danos a cada uma das vítimas. Precisa de maior confissão de culpa?
Particularmente, não acredito que a renúncia de Bento XVI tenha sido voluntária, creio que foi uma decisão política do Vaticano; a figura nada simpática, o semblante quase mefistotélico do ex-integrante da Juventude Hitlerista em nada estava contribuindo para renovar e refrescar a imagem da Igreja Católica perante os fiéis e o mundo. Porém, rumores correram à época de que uma entre as várias causas da renúncia papal teria sido a sensação de impotência para lidar com os casos de pedofilia dentro da Igreja cujas denúncias começaram a pipocar em seu papado. Será que, através dos documentos que lhe foram entregues, ele tomou conhecimento dos casos do coro infantil regido por seu maninho mais velho? Só Deus sabe.
Georg Ratzing - todo sereno, de consciência leve e limpa e em paz com Deus - ao lado maninho mais novo, o ex-Papa Bento XVI.

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4 Comentários

  1. Grande Azarão! O crime já tem início no momento em que o cidadão "abraça" uma profissão em que ele tem que reprimir o tesão para o resto da vida ou... "arder" no fogo do inferno. Quer algo mais desumano que isso? E se o cara é comunista (gosta de comer criancinhas) aí é jogar o sapo na água, e, como você escreveu, diariamente criancinhas lhe serão presenteadas por parentes cegos de fé, fé em que daquela batina não sai coelho. Só uma correção: na fotinho meiga ao final do texto, o Ratzinger mais velho está sereno ao lado do maninho, o ex-papa Bento XVI.

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    1. Grande Edmir, bom tê-lo de volta aos comentários.Putz, que mancada. Nem percebi o erro. Já foi devidamente corrigido.

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  2. Marreta, que tal aproveitar o gancho e marretar a histeria da nossa sociedade diante do Laércio do BBB 16?

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    1. Rapaz, bom tê-lo de novo por aqui.
      Olha, eu até poderia tentar o que me pede, mas desconheço totalmente quem é esse Laércio. Do que se trata?

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