Instantâneos De Um Remoto e Saudoso Passado (11)

Mulherada que gosta de rola e que lê o Marreta, quer que seu homem seja sempre um macho, um líder de alcateia com sangue nos dentes e nos olhos e, principalmente, a lhe encher a pica? É fácil. Tratem-no como tal, como macho, como soberano. E não como se seu namorado, noivo, marido etc fosse sua colega de trabalho, alguém com quem você sai para comprar sapatos, pra comer comida japonesa, para ir a um sarau de poesia, ou, pior, muito pior, a uma palestra do Rubem Alves. 
Quer um homem sensível, minha amiga? Ele também. 
Receba seu troglodita como o que ele é - o protetor da caverna, o que atira o pau no gato e no tigre-de-dentes-de-sabre - e da forma com a qual ele espera, que acha que merece - e merece! Ofereça-se, dissimulada, em caça fácil ao seu homem, se lhe quer a fazer as funções de macho fornicador. Trate seu homem como a um gorila, e um Tarzan, de cipó sempre em riste, ele se mostrará; trate-o como a uma macaca Chita, e você terá que se virar com seus dedos, com o chuveirinho, com o sabonete.
Trate seu homem com aquilo que lhe é mais afrodisíaco : cerveja, buceta e uma fingida submissão. Que homem gosta é de goró, de bucetão cabeludo (os que são realmente homens - se o cara ficar só rondando a pequena área, se ficar só beijando e lambendo seu ventre, seu umbigo, suas entrecoxas, mas não cair de boca, não se lambuzar no melado, não morrer quase que asfixiado por seus grandes lábios, corra Lola, corra, que da fruta que você gosta, ele chupa até o caroço, e nem tira os fiapos do meio dos dentes), e de  mulheres que se fazem de frágeis, mas que são seus remansos, seus retiros, suas casamatas, suas fortificações, seus úteros substitutos, suas bat-cavernas.
A publicidade antiga - hoje dita "machista" pelas suvacudas e despeitadas de plantão e pelos viadinhos enrustidos em geral - é que sabia das coisas, é que era, praticamente, uma cartilha para o sucesso do matrimônio, um manual do bem viver para o casal.
"Você está certa, querida, cerveja é o presente perfeito para todos."

Ele, com cara de sacana, com o álcool a lhe dilatar a imaginação, o amor pela companheira e as veias do pau; ela, com cara de quem armou e se deu bem, com cara de quem pegou o passarinho no alçapão, de quem vai depenar o bem-te-vi e esgoelar o sabiá, com os lábios (todos eles) já molhados.

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