É a Jumentovia! É a Faixa Exclusiva de Burrestres!

Você os vê aos montes por aí, a infestar as ruas, as praças, o passeio público, o sábado. Aqueles débeis mentais, aqueles retardados que andam alheios ao mundo circundante, presos, hipnotizados pelas telas de seus telefones celulares, a viver numa limitadíssima e patética matrix.
Eles vão andando e tropeçando em qualquer coisa em seus caminhos que tenha altura maior que um chiclete pisado na calçada, trombando com postes, placas de trânsito, árvores, colidindo com outros transeuntes. E se você nunca viu um é porque também está a olhar o tempo todo para o seu celular, ou seja, também é um deles.
É o jumento digital. O jegue tecnológico.
Quando um burro é atrelado a uma carroça, para que ele unicamente faça o seu trabalho de besta de carga, sem se distrair com nada ao redor, colocam-lhe uma espécie de tapa-olhos nas laterais de sua visão, para forçá-lo a olhar apenas à frente, são os antolhos.
O telefone celular, smartphone ou qualquer outro nome que se dê a essas estrovengas são os antolhos dos jumentos modernos, dos asnos conectados. E a situação do jegue digital consegue ser pior que a do burro puxador de carroça, que, privado de sua visão lateral, ainda é capaz de enxergar frontalmente - nunca vi burro pisar em falso num buraco, tropeçar num meio-fio ou bater a cabeça num poste -, já o jumento high tech não tem visão nem lateral nem frontal.
Eu mesmo, quando detecto um idiotas destes vindo em minha direção sem me perceber, e se ele tiver compleição física igual ou inferior à minha, não saio totalmente do seu caminho cego, deixo o meu ombro enrijecido e firme para ele colidir. Já derrubei o celular de uns três ou quatro. Se o sujeito for muito maior que eu, desvio-me e deixo-o passar, que ele pode ser burro, mas eu não.
No supermercado, quando uma cavalgadura desta está a masturbar o seu celular e a atravancar a passagem pelo corredor de mercadorias, não tenho dúvidas, fingindo-me também de distraído, enfio o meu carrinho de compras no tornozelo do sujeito. E o pior é que isso nem abala o jegue high tech. Muitas vezes, ele nem olha para trás para ver o que o atingiu, só dá um passo pro lado e continua vidrado em seu celular.
O mundo pode desmoronar em torno do jumento digital. Pode passar uma tremenda duma gostosa ao lado do cara, esfregando os peitões em suas fuças, que ele nem se toca. Vejo isso constantemente. E olho a gostosa, claro.
O número desses zumbis que andam sem olhar ao redor é tanto maior quanto maior o que hoje se chama "desenvolvimento" tecnológico de um país. Se no Brasil já temos tropas e mais tropas deles, imagine, então, na China.
Tanto que na cidade chinesa de Chongqing, as calçadas de suas ruas da região central oferecem opções de percurso para os pedestres, que podem optar por andar em uma faixa normal ou em uma faixa exclusiva para quem está usando seu celular.
É a Jumentovia! É a faixa exclusiva de burrestres!
A jumentovia, segundo Nong Cheng, responsável pelo marketing da área central de Chongqing, baseia-se nos resultados de um experimento conduzido pela National Geographic, no começo desse ano, em Washington DC (EUA), em parceria com a Universidade de Washington.
De acordo com a Universidade de Washington, um em cada três americanos está ocupado com um smartphone ou outro tipo de dispositivo enquanto atravessa a rua em cruzamentos perigosos. Além disso, o departamento de transportes dos EUA recentemente estabeleceu uma conexão entre a quantidade de atropelamentos e mortes de pedestres e o uso de smartphones.
Ou seja, a jumentovia é feita para evitar atropelamento de animais silvestres, se bem que com o chinês isso não é grave problema, pois não estão ameaçados de extinção. Eu já acho que tinha que deixar atropelar e matar todos os jumentos digitais, de todos os lugares do planeta, seria uma espécie de seleção natural. Seria um enorme ganho para o pool gênico da espécie humana, para os poucos que restassem.
Por acaso, faixa preferencial para proteção do idoso, tem? Para cadeirantes, muletantes, bengalantes, claudicantes e deficientes físicos em geral, tem? Porra nenhuma que tem. Mas tem para dar conforto e segurança ao idiota digital.
E por que tanta proteção ao idiota? É simples. É idiota que sacia a fome da pantagruélica - e já com sinais de obesidade mórbida - economia mundial. O idiota é a bateria que fornece energia e sustento à Matrix.
Mas o próprio Nong Cheng, o "genial" idealizador da jumentovia, mostra-se decepcionado com os resultados da revolucionária inovação de urbanismo e engenharia de tráfego. Até agora, a jumentovia não tem feito muito sucesso entre os jegues digitais, não tem recebido grandes adesões por parte deles.
Adivinhem por quê? Óbvio : os jumentos digitais nem percebem que a jumentovia existe.
"Quem está usando smartphones não usou a faixa exclusiva na calçada. Eles nem notaram que ela existia!", disse Nong.
Pããããããta que o pariu!!!

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9 Comentários

  1. Mestre Azarão, gostaria de dar o meu depoimento. Eu já fui baitola, mas graças a bondade de Deus, hoje sou homem. A fé remove montanhas e para Ele tudo é possível. Assim, penso que o meu pastor também poderia livrar as pessoas desse vício digital. Concordo com VC que a internet e o computador são coisas do Capeta. E parabéns pelo seu blog.

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    1. Rapaz, eu nunca disse que a internet e o computador são coisas do capeta, nunca a sério pelo menos. Só considero errado e excessivo o uso que muitas vezes se faz deles.
      E que negócio é esse de que já FOI baitola? Diz a sabedoria popular que não existe ex-baitola. Dizem que é igual ao cara que para de fumar. Ele pode passar vinte, trinta anos sem pôr um cigarro na boca, mas que a vontade não passa, o cara chega a sonhar que está fumando.
      De vez em quando, a argola ainda não dá aquela piscadinha?
      Brincadeiras à parte, bem-vindo ao Marreta e sinta-se à vontade por aqui, para opinar sempre que quiser.
      abraço.

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  2. Cara, aqui ainda é um lugar democrático, onde eu dou muita risada e é de graça. Gostei da sinceridade deste seu seguidor anônimo. Acho que vc deveria investir mais nessa causa do ex-baitola. Talvez até organizar um Simpósio, convidando seu amigos de infância Paquinha (dava para todo mundo) e Derly (dava só para os amigos). Imagino os dois hoje, ex-gays, machos, engravatados, donos de academias e rede de fast-foodies. É mestre Azarão...a vida pode dar muitas voltas.

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    1. Rapaz, essa causa eu vou passar. Deixo isso para o seu blog, que tem um caráter mais social e informativo e pro Marcellão, pro César e pro Roberto, amigos de infância do Paquinha e do Derly.
      Mestre Azarão é foda!!!!
      E a postagem nem falava de perobagem, acho que foi um desabafo.

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    2. É como bem disse nosso amigo Leitinho/Minnie Mouse : aqui é um espaço democrático, sobra merda pra todo mundo.

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  3. Pois é...mas a pergunta que não cala: É possível um pastor transformar o ex-baitola em macho? Marcellão e Mestre Azarão com a palavra...

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    1. Não tem jeito, não. Que seja nosso mentor nessa polêmica questão, o rei do brega Falcão, em sua canção Holiday Foi Muito:
      "Porque homem é homem
      Menino é menino
      Macaco é macaco
      E viado é viado
      Homem é homem
      Menino é menino
      Politico é politico
      E baitola é baitola"

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    2. Pastor só transforma uma coisa.
      A conta bancária dele.

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