Toda Fé Age De Má-Fé

Há um sem-número de pesquisas "científicas" que tentam relacionar religião e saúde. Pior que simplesmente relacionar, afirmam, esses estudos, que os religiosos gozam, na média, de melhor saúde que os ateus. Não só isso, garantem também que, no caso de ficarem enfermos, os crentes melhor se recuperam.
Balela! Idiotice! Esses pesquisadores estão obviamente a serviço dos governos, a religião, com certeza, faz muito bem para a saúde dos governantes mundiais. Quanto maior a religiosidade de um povo, maior a facilidade em enganá-lo, iludí-lo e manipulá-lo. 
Sobretudo se os fiéis forem seguidores das conformistas religiões cristãs, para as quais a pobreza, a miséria e as privações são virtudes. Elas incutem na cabeça do sujeito que comer o pão que o diabo amassou lhe dará as chaves do céu. Viver em condições sub-humanas o estaria purificando para um além-vida melhor, segundo elas. Sendo tudo, então, a vontade de deus, o imbecil a tudo se conforma; não reclama, não se revolta, não pensa.
O que esses pesquisadores diriam do Papa João Paulo II? Vejam de que bela saúde o Santo Homem desfrutou nos seus últimos vinte anos de vida! Era um caco humano, uma figura deplorável. 
Isso de rezar e etc até pode levar a pessoa a um melhor reestabelecimento, mas não tem nada a ver com um deus inexistente. É o mais que conhecido Efeito Placebo. O cara acredita que vai ser curado e, em algumas vezes, acaba mesmo curado; ou, pelo menos, tamanha é a sua fé cega e seu poder de autossugestão, que ele se sente curado sem o estar, o que é muito perigoso, pois pode levá-lo a dispensar a ajuda médica.
Um pesquisador de medicina comportamental da Universidade de Columbia, Richard Sloan, desce a marreta nesse tipo tendencioso e perigosíssimo de pesquisa; ele vê má-fé nos estudos que ligam religião e saúde e diz que eles afrontam a ética médica. Ora, toda fé age de má-fé. 
Abaixo, entrevista de Richard Sloan à revista Veja:
Que relação existe entre religião e saúde? Não há nenhuma evidência sólida de que haja relação entre devoção religiosa e boa saúde. 
Um novo estudo aponta que pessoas religiosas correm menos riscos de ter hipertensão. É mais um trabalho que sofre dos mesmos problemas de todos os estudos de observação, que são superficiais.
Quais são os problemas das pesquisas que ligam religião e saúde? A grande maioria dos estudos tem graves problemas metodológicos. Alguns usam amostras muito pequenas e escondem ou ignoram dados, escolhendo os que dão força às conclusões. Existe um problema na metodologia da literatura médica que é o das múltiplas comparações. Escolhe-se uma ou mais hipóteses e são feitos inúmeros testes. Eventualmente, se acha um resultado que atinge significância estatística, mas isso é metodologicamente inadequado. A religião, talvez, ajude de outras formas. Pessoas religiosas podem fumar menos, beber moderadamente, se exercitar mais... Ou talvez não. Mas como afirmar com certeza que a religião é a responsável por isso? Não é assim que se faz ciência.
O que motiva tantas pesquisas deste tipo? Pessoas têm diferentes motivações para fazer esse tipo de pesquisa. Mas a maioria destes pesquisadores está interessada em promover alguma religião, alguma atividade religiosa. E usar a medicina para promover religião é uma violação dos valores éticos da medicina. E uma violação da liberdade religiosa.
E por que esses estudos geram tanta repercussão? Eles sempre atraem a atenção da imprensa. A combinação de medicina é religião é simplesmente muito atrativa para que seja ignorada. Então eles escrevem sobre isso o tempo todo, mas o que escrevem é ruim.
As revistas especializadas deveriam rejeitar estes trabalhos? Minha visão é a de que não vale a pena. Essas pesquisas não podem ser provadas. São todas feitas com base em observação. Se fosse possível encontrar essa ligação entre religião e boa saúde, e de novo isso é hipotético, o certo a fazer seria procurar os mecanismos que ligam essas questões. A causa é a redução no isolamento social?  Religiosos são mais sociais porque participam de reuniões religiosas? Então teríamos um caminho por onde seguir, já que isolamento social de fato é ruim para a saúde. Se fosse possível chegar a isso, a próxima questão seria: o que fazer com essa informação? E o que não fazer com ela? Recomendar que as pessoas se tornem mais religiosas? Incentivar políticas que incentivem as pessoas a desenvolver mais interações sociais de qualquer natureza?
A religião não pode ajudar a dar essa esperança aos pacientes? Talvez possa fazer com que o paciente se sinta melhor e isso é uma coisa boa. Há evidências de que otimismo, que não é o mesmo que esperança, está associado com saúde melhor. Há estudos confiáveis mostrando isso. Mas não sabemos se podemos aumentar o senso de otimismo das pessoas. Ser otimista pode ser uma característica pessoal. Você não pode receitar isso. Alguns têm, outros não.
Fonte : Revista Veja

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