As Verdadeiras Mulheres-Fruta

As atuais, bizarras e desfiguradas mulheres-fruta - melão, melancia, pera etc - nada são de novo ou original no reino da biscataiada televisiva. As mulheres-fruta de hoje são cópias deformadas das garotas-fruta (ou garotas tim-tim) do extinto e saudoso programa Cocktail, do SBT.
E quando digo que são bizarras e deformadas, não estou exagerando ou fazendo média, não estou sendo hipócrita e dizendo que não gosto de ver a mulherada pelada na TV. Gosto sim. Mas de mulher de verdade. Essas mulheres-fruta são mais androides que gente. Silicone às raias do surreal e muito musculosas de uns tempos para cá. Algumas parecem aqueles soldados do futuro, aqueles ciborgues dos filmes do Van Damme e do Schwarzenegger.
Que me desculpem os entusiastas desse novo tipo de hortifrutigranjeiro, mas o cara que tem tesão em mulher com barriga "tanquinho" e com pernas de jogador de futebol, só pode ser viado. O sujeito diz que gosta da mulher-melão, mas devia logo assumir e ir atrás do homem-pepino, do homem-nabo e que tais.
O programa Cocktail foi exibido pelo SBT entre os anos de 1991 e 1992, sob o comando do showman Miele, expert de vasta experiência com a biscataiada do showbizz. 
Era um jogo disputado por dois participantes, sempre um homem e uma mulher, que tinham que cumprir lá uma série de tarefas em ordem crescente de dificuldade ao longo do programa. Ao fim de cada etapa, entrava uma garota-fruta (ou garota tim-tim) e tirava uma peça de seu já sumário traje, uma luva, uma meia-calça. E anunciando o intervalo comercial, ela brindava ao público com uma taça de champanhe, daí o nome de garotas tim-tim.
Havia para todos os gostos, morango, uva, limão, morango, abacaxi e, a melhor de todas, a garota-pêssego, a grande Silvia Rivera. Cada garota apenas simbolizava uma fruta - a trazia estampada em seu vestuário -, não havia semelhanças anatômicas com elas, muito menos a tentativa doentia de recorrer a procedimentos cirúrgicos para provocar tal parecença. Era uma singela homenagem ao reino vegetal.
O programa terminava com um striptease de uma das garotas tim-tim, um striptease parcial apenas com a exibição das tetas e bunda. E não tinha nada de silicone, quem tinha peito grande, tinha peito grande, quem tinha pequeno, pequeno, celulite, celulite e assim por diante.
Elas abriam seus coletes, balançavam os peitos e, ao som de uma musiquinha característica, diziam tim-tim. Por isso, o programa Cocktail (pronuncia-se coquetel) era também conhecido, entre os punheteiros de plantão, como Coqueteta. Um primor. Um marco na TV brasileira.
O programa acabou saindo do ar por pressões de grupos religiosos e da arquidiocese do Rio de Janeiro; aposto que se fossem efebos-frutinhas, a padraiada e a bispaiada não iriam se opor.
Um brinde em memória ao Cocktail, às garotas tim-tim (principalmente a pêssego) e ao idealizador disso tudo, Luis Carlos Miele, abaixo na foto entre as meninas, todo felizão. E por que não estaria?

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3 Comentários

  1. Por falar em problemas religiosos, vc viu na Folha a reportagem: "Bando rouba mosteiro e pede perdão a padre"? Está no caderno Folha Ribeirão, pág. C9. Que situação!

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    1. Foi aquele padre-cantor, o Antônio Maria, né? Pela lógica popular, o padre devia perdoar, ladrão que rouba ladrão...

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  2. ALGUEM SABE ME DIZER ONDE ANDA A GAROTA PESSEGO? NÃO CONSIGO TOCAR UMA BRONHA SEM LEMBRAR DELA? MANDA UMA FOTO PELAMORDEDEUS!!!

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