Cerveja-Feira (63)

Que a praga máxima, "que te tornes um degustador", rogada pelo duque Guilherme IV da Baviera, criador da Reinheitsgebot, a lei da pureza da cerveja, não recaia sobre o meu paladar de macho e cervejeiro das antigas, mas vou super-recomendar aqui (ui, acho que já tá recaindo) a linha de cervejas Wienbier.
Conheci-a em 2014, quando era filha única de uma família de, hoje, 10 ou 11 irmãos. Na época, ela atendia ainda pelo nome de Germânia 55 e a encontrei, pela primeira vez, usada, abusada e descartada na calçada de um bar da Baixada da cidade, na sua zona do baixo meretrício, trajeto que eu cumpria todas as manhãs rumo à escola em que lecionava. Estava lá, jogada fora ao meio-fio, vazia, oca de alma. Sai à sua procura pela cidade e acabei por encontrá-la na rede de mercado Assaí. A história completa, contei-a aqui na época : Germânia 55, Essa Eu Não Conhecia. O 55 é o número da fórmula considerada perfeita pelo cervejeiro alemão, conhecido apenas como "Der Alchmist", que a criou ainda na Idade Média. É uma boa e encorpada Pilsen.
Desde então, sempre que a encontrava em boa oferta, comprava uns dois ou três latões. E bota latão nisso : 710 ml, o equivalente a duas long necks de 355 ml. Se dividirmos, pois, o seu preço por dois, obtemos, geralmente, um valor abaixo do de uma long neck de mesmo tipo e categoria. Portanto, arriscando-me, novamente, a ser atingido pela praga do Duque Guilherme IV, digo-vos que ela tem um excelente custo-benefício. Pããããta que o pariu!!! Agora, embichei mesmo de vez. Valha-me São Bepim!
Com o tempo, a família Germânia foi crescendo, vieram a Black (estilo malzebier, a de fórmula 56) e a de Weiss (de trigo, a de fórmula 57) num primeiro momento. E mais filhos foram sendo gerados e paridos para as prateleiras dos supermercados da vida. Hoje, mudou também de nome, virou Wienbier, gourmetizou, mas continua praticando preços honestos. Semana passada, comprei uma IPA (fórmula 59) e paguei R$ 6,99. Dividindo por dois, R$ 3,50, caso fosse uma lata de 350 ml, um preço muito bom para uma IPA.
Os rótulos trazem informações sobre a graduação alcoólica, o IBU (grau de amargor), o EBC (grau de coloração), a temperatura ideal para ser bebida (ufa, comecei a digitar degustada, mas apaguei em tempo), o tipo de copo que valoriza seus aromas e sabores e com que comidas harmoniza. Vixe, a praga pegou! Enviadei, sem dúvida.
E as latas tem um trabalho gráfico muito bonito, dos mais caprichados, dignas de serem colecionadas. Abaixo, os latões que eu guardo.


A 52 é uma Bitter Ale, a 53, uma Stout (tipo Caracu), a 54, uma Bock, a 55 (ainda na embalagem original, de quando se chamava Germânia), uma Pilsen, a 57, uma Weissbier, a 59, uma Ipa, e a 60, uma American Pale Ale.
Os números faltantes, continuarão a faltar, pois dizem respeito a cervejas "doces", que, sinceramente, não me agradam de jeito nenhum. A fórmula 56 é a Black, estilo malzbier, cerveja pra mulher que está amamentando, e já tem é tempo que eu não dou de mamar pra uma bezerrinha, para uma novilha em flor, e a 58, nem sei se dá pra chamar de cerveja, é um coquetel de cerveja com vinho, nas versões 58 Ruby, com vinho tinto, e 58 White, com vinho branco.
Assim, a linha de cervejas Wienbier recebe a comenda da Grã-Ordem do Azarão das Boas e (quase) Baratas.
E, agora, vou desembichar. Vou promover uma autocura gay. Vou entornar um latão de Lokal. Quente!

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1 Comentários

  1. Encontrei dessa Wienbier durante minhas férias. Boa relação custo-benefício. Pelo post, vejo que foi bem difícil "se aceitar", admitindo que bem no fundo gosta de uma boa IPA, haha.

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