Bolsonaro : Imbrochável; Pero no Mucho (Ou : Perco o Candidato, Mas Não Perco a Piada).

Tem sempre o dia em que a casa cai. E os mitos, idem. 

Não há deuses, santos, profetas ou messias que resistam à ação saprófita e iconoclasta do Tempo. Assírios, sumérios, nórdicos, egípcios, gregos, romanos... todos perduraram por eras; e há eras já tombaram. Hoje, os mitos modernos não tem a garantia e o conforto de uma quase eternidade, de que gozavam os antigos. Hoje, em tempos de frenéticas e alucinantes velocidades, de mudanças 5G de comportamento e ideologias, os mitos contemporâneos têm muito mais exíguos os seus prazos de validade. Vivem o suficiente para presenciar as próprias ruínas.

Neste momento, eu, arauto da desventura e do infortúnio, com o mais profundo pesar e absorto luto, mas não podendo me furtar à minha missão de semeador da desesperança, trago-vos más novas, bad news : morreu o Mito, o Messias. Caiu, literalmente, o mito da imbrochabilidade do Mito.

Rumores vindos de fontes fideindignas, estão a aventar que Bolsonaro não estaria mais a dar no couro, a esporear a montaria. O Capitão não estaria mais a bater continência com o mesmo vigor cívico de outrora. Que estaria mesmo a se valer de artifícios e artefatos tecnológicos para bem hastear o seu lábaro estrelado, para não deixar a meio pau o seu pendão da esperança. Que está a necessitar de estímulos externos - internos, paradoxalmente - para reaver a lendária paudurescência.

A crer, por ora, na veracidade do exposto pelo jornalista Wagner Andrade no site Real News, cujo artigo se fundamenta em informações colhidas pelo grupo de hackers AnonFSA sobre os gastos do cartão corporativo do ex-Presidente, o outrora empinado e relinchante Cavalão está mais para My Little Poney, mais para Equestria Girls que para mitológico centauro.

Segundo as informações obtidas pelos hackers - não sei se confiáveis, ou não -, Bolsonaro usou seu cartão corporativo para comprar um vibrador! De dimensões de 14 x 4,3 cm. E pagou R$ 89,90 por ele. Pããããta que o pariu!!!! Por que pagar tanto por tão pouco? Até o meu imbrochável melhor amigo, que é uma coisica de nada e torto ainda por cima, excede um tanto essa mixaria. Talvez a resposta esteja no velho adágio popular, cunhado, na certa, por alguém de pinto pequeno e que professa que não importa o tamanho e sim o prazer que ele proporciona. O que vocês não sabem é que o vibrador tem 12 velocidades de uso!!!! Pããããta que o pariu!!!! Tem mais marchas que a Caloi 10. É que a Caloi 10 não tem a ré.

Aliás, vibrador, não. Que o objeto da discórdia, como logo mostrarei abaixo, num print da página dos hackers, vem discriminado na lista de gastos como "plug anal cônico preto com vibrador 12 velocidades". Plug anal!!! Será que Bolsonaro, para ficar ligado nos 220 V, está tendo de recorrer ao fio-terra?

Nesse caso, justifica-se plenamente as diminutas dimensões. Nesse caso, é melhor começar devagar, sem grandes apetites, só dando uns petisquinhos para o cu. Plug anal!!! Ainda bem que eu sou das antigas! Sou acústico! Unplugged de raiz!!! Plug anal e preto! E a desleal oposição ainda tem o desplante de dizer que esse homem é racista. Confiram.

A crer, até provas em contrário, na autenticidade da informação, Bolsonaro mudará o seu status de imbrochável para insentável. Pelo menos, até passar a ardência no toba.

Todavia, em tempos de falsos perfis, falsas notícias, gabinetes do ódio, avatares e metaverso, todo cuidado é pouco antes de se apontar o dedo em riste e afirmar que Bolsonaro não está mais em riste. Antes de derrubar o santo, recomenda-nos, a prudência, que andemos devagar com o andor. Antes de rebaixarmos - ou promovermos, a depender do viés do observador - o Cavalão a Eguinha Pocotó, todas as possíveis hipóteses do porquê de tal aquisição devem ser levantadas e consideradas, todos os fatos, apurados e investigados com rigor, precisão e isenção.

É urgente que se instale uma CPI do Consolo!!!

Eu mesmo, a bem da integridade das pregas e da manutenção da honra do Mito, proporei algumas possíveis explicações.

Bolsonaro pode muito bem não ter comprado a guloseima de cu para si. De repente, talvez a se preocupar com a solidão de Penélope vivida por Michele, em razão de sua ulíssica e motociática odisseia em busca de votos, Michele que, segundo os mais próximos, não sabe fazer tricô, não sabe tecer longos bordados, mil quarentenas, e também preocupado em não ter a testa adornada por algum Ricardão, o Messias tenha presenteado a esposa com esse substituto, com esse paliativo.

Bolsonaro pode também ter comprado o supositório de gazela para dar de presente, quiçá de Natal ou do Dia das Crianças, para Carlucho. Hoje em dia, há pais que dão videogames de última geração para os seus pequerruchos; antigamente, autorama, espingardinha de pressão e bonecos do Falcon. Mas, enfim, cada pai sabe o filho que tem, e se esforça em agradar a sua prole. E a maledicente oposição ainda tem a desfaçatez de dizer que esse homem é homofóbico.

Ou pode, de fato, Bolsonaro ter comprado o faz-me-rir de toba para uso próprio. Mas não por viadagem! Por patriotismo. Por sacrifício à sua Pátria. Com a intenção de angariar os votos de uma fatia mirrada de seu eleitorado, a comunidade LGBT, Bolsonaro quis vestir a pele do lobo. Quis sentir nas próprias pregas, para melhor lhes falar e se fazer entender, os anseios, necessidades e aspirações da turma do arco-íris. Não quis fazer discursos retóricos e vazios aos LGBT, não quis incorrer na eventualidade de prometer e não cumprir, não quis se arriscar a um estelionato eleitoral. Quis-lhes falar com propriedade, com conhecimento de causa. E meteu um plug anal no cu.

Um pequeno plug anal para um homem, um passo gigantesco para um estadista.

E não foi só o plug anal. Também causou a revolta e o furor da esquerda, o gasto corporativo de Bolsonaro com mais dois itens : a locação de um pornozão da produtora nacional Brasileirinhas (R$ 29,90) - valha-me Santa Babalu, padroeira da gang bang e da dupla penetração - e uma pomadinha para ejaculação precoce (R$ 50,00). De novo, um print do AnonFSA.

Aqui, não há mistério nenhum. Questão da mais fácil elucidação. Não era só Michele que se ressentia da ausência marital, não era só a ex-primeira-dama que sentia o tormento da solidão conjugal, que tinha a Síndrome da Alcova Vazia; Bolsonaro também muito padecia com a falta da esposa. Homem justo e equânime que é, da mesma forma que não queria ser traído, o Cavalão não iria pular o cercado da estrebaria à cata de bucetas avulsas e anônimas. Para refrear, conter e apaziguar os seus equinos ímpetos, alugou um bom pornozão para uma salutar e lúdica punheta. Só isso. Nada mais.

E notem que Bolsonaro alugou um filme de uma produtora nacional, a Brasileirinhas. Outra prova de seu patriotismo. Não cometeu o crime de evasão de divisas. Bem que podia ter alugado, por exemplo, uma produção internacional cinco estrelas da afamada Private, que conta com as mais desejadas beldades nórdicas e leste-europeias em seu cast. Preferiu, ao invés das musas e sílfides da Escandinávia e dos Bálcãs, as periguetes brasileiras, com estrias na barriga e nas coxas e espinha na bunda. Isso que é amor à Pátria.

E a pomadinha para ejaculação precoce? Também de fácil explicação. Para não gozar logo na primeira cena do filme. Alugar um pornozão de duas horas e gozar com 10 minutos de filme seria uma imperdoável malversação do dinheiro público. Um desrespeito para com o contribuinte.

Pããããta que o pariu!!!

Fontes : Real News; AnonFSA