A Marreta Também Tem o Seu Dia de Jovem Pan (Ou : o Google Tá Pior que o Xandão)

Hoje, por cerca de - estimo - umas três horas, a minha Marreta teve o seu momento de Jovem Pan.
Em férias que me encontro, porém, de qualquer maneira, acordando antes do sol, pois velho não tem sono que preste ou muito dure, fiz o login no Marreta logo cedo, por volta das 05:30 h, para conferir o número de visualizações obtidas pela, então, minha postagem mais recente : Bolsonaro : Imbrochável, Pero no Mucho.
Quando o administrador do blog, no caso, essa criatura abominável que vos fala, executa o login, o que nos aparece não é aquela página inicial, disponível e acessível aos azarados leitores. Temos acesso aos bastidores, às vísceras do blog, com dados internos e técnicos que em nada interessariam ao leitor, antes, só o enfastiariam. Configurações, layout, temas, comentários pendentes, seguidores, origem dos acessos por localidade, assunto, navegadores e sistemas operacionais, entre outras coisas.
Aparece-nos também a relação das postagens em ordem cronológica de suas publicações, o número de visualizações e de comentários e, em cada uma delas, ícones que nos permitem, e só a nós, visualizá-las em off, revertê-las para rascunho (caso queiramos), editá-las, aplicar-lhes marcadores e também apagá-las, como no print abaixo, que retrata a situação normal da consulta a elas.


Fui, então, cuidar da vida. Preparei o café da esposa e a acordei, dei ração para as gatas Cleonice e Pretinha e para a cadelinha Pandora (sim, essa é novidade, chegou há cerca de 3 semanas) e fiquei a vigiá-las enquanto comiam, pois teimam, provavelmente por instinto de competição, em uma comer a ração da outra, troquei-lhes a água, recolhi o lixo para depositá-lo na lixeira do prédio, vesti-me, despedi-me da esposa e fui dar minha caminhada matinal.
Na volta, uma hora e meia, duas horas depois, tomei um banho, preparei a segunda dose de café do dia e voltei a acessar o blog, para iniciar uma nova postagem.
Engasguei com o café, engoli em seco, trancou-me o cu! A jocosa postagem a respeito da suposta compra (já desmentida hoje por vários sites) de produtos eróticos por Bolsonaro com o uso de seu cartão corporativo havia sido bloqueada, retirada do ar pelo Google. Desaparecera da página inicial do blog, a visível aos leitores. 
Nas entranhas do blog, a situação assim se apresentava :


Uma tarja vermelha a cortar feito navalha de malandro o ícone do olho, a sinalizar visualização proibida aos leitores. Acima, um aviso : "a publicação desta postagem foi cancelada porque viola as diretrizes da comunidade do Blogger. Para republicá-la, atualize o conteúdo conforme as diretrizes".
Conheço bem as tais diretrizes. Não é a primeira nem a segunda vez que sou censurado pelo Google, dono da Blogger. Há anos que me foi imposta a pecha de "conteúdo confidencial", "conteúdo adulto", em princípio, e tive o endereço do blog retirado dos mecanismos automáticos de busca da empresa. As tais diretrizes são um rol imenso de itens considerados pecados capitais, mas tudo muito vago, muito genérico. O Google, simplesmente, dá a sua Constituição inteira para lermos, mas não especifica qual de suas leis transgredimos. Assim, "corrigir" o meu texto em quê?
A censura do Google, então, está longe de ser novidade para mim. Contudo, nunca antes tivera uma postagem derrubada, retirada do ar. Não é à toa, nem por paranoia delirante, que eu mantenho um repositório do Marreta, um Marreta cover, por assim dizer, um endereço no Wordpress com exatamente o mesmo conteúdo deste aqui. Uma carta na manga, uma via de fuga.
Tentei visualizar a postagem em off, e consegui. Para mim, ela ainda continuava lá. Entrei, em seguida, no modo Edição e mais uma surpresa : no canto superior direito da tela, um ícone nunca antes visto, em cor laranja, que me pareceu o martelo de um juiz, a marreta de um tribunal. Será o velho dito popular se voltando contra mim? Quem com a marreta fere, com a marreta será ferido?
Temeroso do que poderia acontecer caso o fizesse, tomei coragem e cliquei no martelo. Surgiu, então, no rodapé da página, a seguinte mensagem : "esta postagem está em análise".


Quase me caiu o cu da bunda! Eu teria, ao clicar na marreta do magistrado, entrado, digamos assim, com um pedido de recurso junto ao Tribunal do Santo Ofício do Google? Meu caso seria encaminhado e analisado por um outro colegiado de juízes virtuais, seria analisado em uma 2ª Instância?
E a mensagem assim se manteve por algum tempo, estática, lacônica, enigmática e inescrutável.
Então, por volta das 11:00 h, pasmem, da mesma maneira com que tinha desaparecido, a postagem voltou. Foi republicada pelo Google. Liberada para o público.
Terei sido absolvido pelo TRF-4 de Mountain View, Califórnia ? Ou apenas, feito Lula, descondenado por alguma inconsistência nos autos do meu processo, talvez por Mountain View não ser o juízo competente para me julgar ? O que sei é que recuperei a minha condição de publicável.
Que diretrizes, eu terei violado? Que limites, ultrapassados? Creio que nunca saberei.
Um grande amigo, um advogado dos bons de BH, leu o texto e me garantiu não haver nenhum enrosco com ele, nada que pudesse ser considerado como não lícito do ponto de vista legal.
O sorumbático e multimídia GRF disse que a censura temporária pode ter sido fruto da denúncia de algum leitor espírito de porco, e eu bem sei que tem uns excomungados duns filhos de égua barranqueira que vivem no meu encalço, escondidos pelas vielas sombrias da internet, só esperando por alguma vacilada minha. 
Será que fui descoberto por algum integrante do gabinete do ódio? Será que os robôs farejadores do Google são robolsominions ?
Sei lá. O que sei é que desse jeito, sendo a minha Marreta tão perseguida, terei de mudar o nome do blog, que passará a se chamar A Buceta do Azarão!!!
Pãããããta que o pariu!!!

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18 Comentários

  1. Achei esse blog reserva uma vez procurando seu blog no google. É uma boa para evitar possíveis quedas deste. O google parece não gostar muito da livre-expressão.
    Abraços!!

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    1. Pois é, o Google é meio chato, mesmo. No Wordpress, nunca tive nenhum transtorno relacionado com isso. O problema é que o blog gratuito deles tem bem menos recursos que esse, menos temas, não aceita temas de outros lugares, não é possível instalar nenhum tipo de plugin. Depois, e principalmente, tenho, é claro, uma afeição muito maior por esse blog aqui, foi aqui que comecei há quase 14 anos, é aqui que conheço pessoas, que mantenho amizades ainda que virtuais, enfim, aqui é que me sinto em casa.
      Abraço.

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  2. Eu já disse isso uma vez, mas vou repetir: desde o nascimento somos cada vez mais cercados, cerceados e castrados em nossa espontaneidade de dizer o que dá na telha. Mas parece que essa censura institucional, vital, social ainda é pequena para algumas pessoas, que cismam de tentar enquadrar, bitolar o pensamento e/ou comportamento dos outros. Você já foi vítima uma vez de algum(a) moralista, incomodado com o que publica no seu blog. E o pior é que nunca mais recebeu um “selo de conformidade” com a moral e os “bons” costumes vigentes. Sempre achei isso o máximo dos absurdos. E agora você é atropelado por uma nova censura depois de publicar um texto ironizando justamente (ainda que parcialmente, ainda que indiretamente) seu “ídolo”. Sinceramente, só consigo pensar na frase criada pelo Ziraldo na época da ditadura militar: “só dói quando eu rio”.
    Talvez por pertencer à “geração Woodstock” (cada vez menos numerosa), e mesmo sem nunca ter sido hippie, sou a favor da liberdade irrestrita, da ausência total de censura, da liberdade total, dentro da linha da frase atribuída ao Galileu Galilei (provavelmente uma fake news quinhentista) ao ser obrigado a negar sua teoria de que a Terra girava em torno do Sol: “E, no entanto, se move” (em italiano fica mais bonito). Infelizmente, às vezes (ou muitas vezes) somos obrigados a seguir o conselho de São Paulo (o apóstolo, não a cidade): "Tudo posso, mas nem tudo me convém”.
    Mesmo que o Blogson tenha acabado definitivamente (graças a Deus!), continuo a acessar seu blog e continuo a favor do seu direito de dizer e escrever o que quiser. E sempre contra esse povo moralista que ama repetir slogans idiotas (não vou reproduzir nenhum). Abraços.

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    1. Também achei estranha essa censura temporária. Quando cliquei naquele ícone que parece um martelo e o texto foi para algum tipo de análise, não sei o que foi reconsiderao. O texto, claramente, é de tom irônico e jocoso e, ainda por cima, a respeito de uma matéria que, facilmente, dava para ver que era uma fake news, tanto que, no dia seguinte, vários sites a desmentiram. Vi na hora que era fake news porque mesmo que Bolsonaro tivesse comprado o tal plug anal e alugado um pornozão, esses produtos apareceriam discriminados como outros artigos. Na faculdade, tinha um colega cujo pai era dono de um sex shop aqui na cidade e era comum, por exemplo, na nota de um consolo, constar como sendo um vaso, um objeto de decoração.
      Censura política, eu descarto totalmente, até porque a bola da vez é justamente descer a lenha no Bolsonaro, e até parece que o meu blog tenha todo esse alcance e influência. As tais diretrizes do Google dizem mais respeito a conteúdo sexual, eles têm fixação por esse tema. Deve ter sido por conta do plug anal, do termo ou da foto dele. Se bem que já escrevi outras postagens em que o plug anal estava incluído (no texto, que isso fique bem claro) e nunca deu problema. Minha maior surpresa foi ver o texto ser devolvido ao ar; sinceramente, achei que não fosse acontecer. Claro que eu iria republicá-lo, só pra ver o que aconteceria. Só não cheguei a republicar imediatamente porque cheguei em casa e tinha almoço pra começar a preparar.
      Mas enfim...
      O Fabiano me passou o endereço novo dele e a sua Lingüiça também já entrou (sem viadagens) na lista de blogs daqui.
      Abraço.

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    2. Ah, e já que parece ter se interessado pelo assunto :
      https://amarretadoazarao.blogspot.com/2014/12/o-azarao-e-unplugged-ontem-hoje-e-sempre.html
      Quanto ao sugador de clitóris, para mim foi inédito. Eu vou dar uma pesquisada por aí e quem sabe não vira uma postagem.

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    3. Sinceramente falando, o Linguiça não terá nenhum interesse para você, que deve conhecer uns 90% (pelo menos) dos posts do finado Blogson. E o Linguiça é só um brechó dos posts já publicados. Para o pessoal que descobriu o Blogson já no "leito de morte" pode até ser interessante, mas você nunca encontrará material inédito no Linguiça. Só penso em utilizá-lo para escolher o material menos merda que publiquei no Blogson. E aqui cabe uma confissão: meus textos são chatos pra caramba, presunçoso, muito extensos. Por isso, agradeço a deferência, mas não perderia meu tempo com um blog de posts usados.
      Outra coisa: o único "plug anal" que me interessa (não interessa!) é aquele a que sou obrigado a experimentar a cada seis meses, que é o dedo do urologista.

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    4. Todo mundo que se mete a escrever é presunçoso, não é pecado exclusivo seu.
      Mas o dedo do seu urologista tem 12 velocidades?

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    5. Meu problema não são doze velocidades, o que preocupa é se eu sentir duas mãos nos ombros!

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    1. Nesse caso, acho que não podem ser "amigos petistas", pois a postagem é uma zoeira com o Bolsonaro. Mas não temos como saber o que aconteceu de fato.

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    3. Que loucura isso! E você refez a postagem baseado em quê? Foram apontados de forma direta os seus "pecados e delitos"?

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Você já teve tb algum tipo de problema de censura?

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Eu faço o backup de conteúdo e do tema do blog uma vez por mês. Também com essa intenção, de minimizar as perdas.

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