Nem demorou tanto e o Papa Francisco I começa a nos dar a sua verdadeira cara, que não é outra se não - e nem poderia deixar de ser - a face inquisidora e deslavada da instituição cujo trono ocupa.
O Papa Francisco I defende - e, de novo, não poderia deixar de assim ser - os mesmos preceitos que seu antecessor, O Papa Bento XVI, só que ele fala diferente. Francisco I é mais simpático, mais popular, carismático, se vale da galhofa, da ironia e do deboche em seus discursos, é um Papa engraçadinho.
É o Papa humilde, que dispensa os aparatos de ouro da Igreja, contenta-se (e estou para ver maior sinal de despojamento material, São Francisco morreria de inveja) com adereços de prata. É o Papa que anda de metrô, que toma chimarrão, que come churrasco, que tem até time de futebol.
É o Papa povão, o Papa operário. O Papa Francisco I é o Lula do Vaticano. É o Papa que veio mudar tudo para que tudo possa continuar a ser como sempre foi.
Em uma missa realizada nesta manhã, na residência de Santa Marta, o Papa debochou e tentou diminuir, frente ao seu rebanho de idiotas, os casais que optam por uma vida sem filhos e que, vez ou outra, adotam um bicho de estimação.
Disse o Papa do fim do mundo : "Estes casais que não querem ter filhos (...) esta cultura do bem-estar
econômico que, há dez anos, os convenceu de que 'é melhor não ter
filhos'. Como é melhor?!"
E como é pior, Papa? Quantos filhos o senhor tem? O que sabe das responsabilidades e, sim, dos custos de bem criar filhos nos dias de hoje?
E por que, pela boca do Papa, pelo menos, a cultura do bem-estar é algo condenável? Desde quando optar por uma vida a dois confortável em detrimento a uma vida a quatro ou cinco ou mais sempre no sufoco, sempre na pindura, sempre a passar necessidade, é pecado?
É que o bem-estar não leva ninguém aos bancos da Igreja, não é, santo padre? Antes de desancar os casais que optam por não ter filhos, citou os três pilares da igreja : fidelidade, perseverança e a fertilidade. Esqueceu-se de dois, dos principais, da culpa e do sofrimento. Os que optam pelo bem-estar como modo de vida passam longe da Igreja Católica.
E também é o desespero do chefe de uma igreja que vê os bancos de suas sés esvaziarem-se em exponencial progressão e não vislumbra nem o mais remoto sinal de uma renovação. Procriar, portanto, reproduzir a miséria católica em profusão é a ordem do dia, do milênio, gerar novas ovelhas é uma das metas do milênio para a Igreja Católica.
De mais a mais, cães e gatos, apesar de bichos já domesticados há alguns milhares de anos, são ainda menos domesticáveis que ovelhas, e não se pode tosquiá-los. Cães e gatos não assistem à missas. Fundamentalmente, cães e gatos não pagam o dizímo.
E o Papa continuou em seu tom de deboche : "Ah, claro, desta forma você pode ver o mundo, sair de férias, ter uma
casa no campo, ficar tranquilo. Isso é, sem dúvida, melhor, mais
conveniente, ter um pequeno cão, dois gatos..."
E por que não? Só o Papa e os seus cupinchas do clero é que podem ter uma vida aprazível, viajar pelo mundo, ter uma casa de veraneio, feito aquela de Castelgandolfo, palco de variados e inenarráveis prazeres eclesiásticos?
Alguns casais preferem bichos de estimação a filhos. E daí?
E o Vaticano, que prefere bichas de estimação a filhos? Bichas de estimação, aqueles efebozinhos todos, aí pode, né?
Papa Francisco I a desqualificar os casais que optam em não ter filhos, como se eles fossem umas das causas da decadência e iminente ruína da Igreja Católica, e não a podridão intrínseca à mesma.
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