Mijaram na Nossa Senhora

O padre Querino Pedro, da paróquia Santo Afonso, em Cajazeiras (PB), acusa os evangélicos da cidade, comandados pelo pastor Poroca, de vandalismo contra uma imagem de Nossa Senhora. Os evangélicos, segundo Querino, quebraram a imagem, atearam-lhe fogo usando gasolina e, por fim, mijaram na santa.
“Mijaram em cima da imagem”, disse o padre.
Pelo visto, o que mais doeu no padre nem foi a demolição ou o churrasquinho da santa, sim a mijadinha para fechar com chave de ouro. A mijadinha é que chocou. A mijadinha foi o requinte de crueldade, a total humilhação imposta ao inimigo já caído.
Essa situação me lembrou de uma velha piada :
"Contam que Paulo Maluf, então governador de São Paulo, passeando por Roma, foi recebido pelo papa João Paulo II em uma audiência particular, um bate-papo informal entre amigos com interesses comuns. Conversam lá sobre coisas cotidianas e triviais, como os desígnios de deus e da fé e contas secretas no Banco do Vaticano, quando uma imperativa necessidade de esvaziar a bexiga acometeu Paulo Maluf. 
O Papa lhe disse que não havia nenhum banheiro nas proximidades, mas que ele não se apertasse nem se fizesse de rogado, que se aliviasse ali mesmo, atrás de uma grande estátua de São Pedro, que depois um serviçal limparia a sujeira.
Chocado, Paulo Maluf disse : - mas na estátua de São Pedro? Não me parece muito respeitoso, Sua Santidade.
- Deixa disso, menino - retrucou o Papa -, pode mijar à vontade, sem constrangimento. 
-Mas, Sua Santidade - insistiu Paulo Maluf - mijar em São Pedro, o primeiro Papa da Igreja, praticamente o seu fundador, não é heresia em demasiado?
- O que é isso, meu filho - tranquilizou-lhe de uma vez por todas o Papa -, deixe de melindres, depois de tanta cagada em São Paulo, o que é uma mijadinha em São Pedro?"
Faço minhas as palavras do Santo Padre e as dirijo ao Pe. Querino, de Cajazeiras : o que é isso, padre, depois de tanta cagada que a Igreja Católica já fez com a humanidade, o que é uma mijadinha na Nossa Senhora?
E parece que o pastor Poroca bate pesado, não está para brincadeiras. Nas escolas, as crianças evangélicas fazem terrorismo cristão com as católicas, ficam dizendo que elas vão para inferno. Pichações pela cidade chamam os católicos de "baratas pretas", em alusão à cor da batina dos padres.
“Estão fazendo a cabeça das crianças para repudiarem Nossa Senhora”, disse o padre, que acusa o pastor Poroca de promover a intolerância religiosa.
Bom, se um padre acusa àlguém de intolerância, é altíssima a probabilidade dele estar correto, afinal, fala um representante de uma instituição que torturou e matou mais de 9 milhões em sua Santa Inquisição; quando o assunto é intolerância, não tenham dúvidas, a palavra de um padre é inquestionável, ninguém tem maior conhecimento de causa.
Um padre da igreja católica reclamando de intolerância só porque uma imagem foi vandalizada? Uma porra duma estátua de barro, gesso, louça ou sei lá o quê? Se não é intolerância, que nome, então, esse padre dá a milhões de pessoas queimadas, estripadas, com aparelhos perfurocortantes introduzidos no cu, só porque não professavam da fé católica? Do que ele chamaria isso, de estar a serviço da obra de deus?
Obviamente, é mais que condenável incitar o ódio e a intolerância, mas e a adoração e a idolatria ensinadas nas igrejas, não são a mesma coisa? Ou, no mínimo, não são o reverso da medalha? Pregar a adoração cega, seja ao que for, seja a uma  imagem palpável, seja aos imateriais deus e Cristo, é também pregar o ódio e a intolerância contra todos os que não partilham dessa idolatria.
Pois é, Pe. Querino, foram-se os tempos em que só vocês podiam praticar a intolerância. Chumbo trocado não dói, Pe. Querino. Amor cristão com amor cristão se paga. Mas resta-lhe ainda um recurso, uma das especialidades de sua congregação, rogue uma praga das boas, daquelas do Velho Testamento, no mijão profanador. Peça a seu deus que contemple o herege incontinente com um câncer de próstata, com uma caxumba nas bolas ou com uma brochura daquelas que nem prótese no pau resolve.
Tá lá a santa, estendida no chão
Fonte : Paulopes

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