A insônia não é má
Não é vilã
Não é malsã.
A insônia é um alerta
Contra a pouca vida desperta
Contra a aridez
Contra a miragem deserta.
A insônia é uma camponesa suíça
De faces coradas
De tetas grandes
A oferecer sua buceta de quatro num monte de feno.
Mas preferimos o sono irrefreável
O calmante, a tarja preta, o álcool
O fim de noite em frente à TV
A broxidão.
O sono irrefreável é a sentença de prisão perpétua
É a pena de morte
A injeção letal
A bala na nuca
A guilhotina no pau.
O sono irrefreável é o cansaço e a capitulação da insônia
(tantas você fez que ela cansou, porque você, rapaz, abusou da regra três)
É a bengala do cego
É o desenganar do médico.
O sono irrefreável
É a eutanásia do ego.
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