Nunca Mais

Nunca mais baterás fora da tua normal frequência,
Nunca mais te fartarás da dor
Como um bicho na excrescência.
Nunca mais impulsionarás mais sangue
Do que te é permitido pelos tratados científicos,
Nunca mais serás tu a decidir se vou ou se fico.
Nunca mais serás dissecado
Oh, cobaia involuntária da anatomia,
Nunca mais imporás ao meu rosto sorrisos de falsa alegria.
Nunca mais inundarás teus compartimentos
Desse líquido onde tão fácil se dissolvem tantas mentiras,
Nunca mais me tornarás alvo
Para a desilusão fazer a sua mira.
Nunca mais abrirás tuas válvulas,
Vias de acesso de incontáveis sofrimentos,
Nunca mais me importunarás
Com teus enfadonhos lamentos.
Nunca mais saltarás em meu peito
Tal qual aleijado sem uma perna,
Nunca mais me darás ordens,
Daqui em diante sou eu quem governa.
Nunca mais entupirás as tuas veias
Com promessas que nunca se cumprirão :
Nunca mais amarás, incauto coração.

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