Prova Sobre o Tráfico Visava Debate...Sei, Sei.

O rudimento de uma prática educacional (as verdadeiras) é a apresentação inicial de seu objetivo. Antes de mais nada, o aluno precisa saber a que se propõe a atividade, qual a intenção daquela aula.
Chovo no molhado porque o tal professor de Santos (SP), aquele que fez a avaliação de matemática focando a contabilidade do tráfico de drogas, está tentando se safar dizendo que tal aberração tinha um objetivo : promover o debate sobre as drogas. Alguém acredita nele? Óbvio que, orientado por algum rábula, o nobre mestre está é tirando o dele da seringa. Será que antes de entregar a abjeta prova, ele comunicou aos alunos do objetivo que alega agora? Duvido. Quero estar errado, mas duvido. Ele quis ser "legal", "falar a linguagem do aluno", como pregam os peidagogos, ser engraçadinho, brincar com coisa séria. Mas se esqueceu de que ainda existem alunos decentes, que estão ali para tentar aprender - são poucos, mas ainda os há. E foi aí que ele se estrepou. Merecidamente.
Porém demos um voto de confiança ao educador, aceitemos que ele realmente teve a intenção de promover um debate. Ele é professor de matemática, certo? Que capacitação profissional ele tem para debater o assunto drogas? Nenhuma. O máximo que ele poderia expor aos alunos, seria sua vivência pessoal do assunto, o máximo que ele poderia oferecer, seria uma "aula" sobre senso comum, sobre "achaísmo". O que não é (não deveria ser) o papel da escola, a escola deve transmitir aos alunos informações com o mínimo de rigor científico, seja de que assunto for.
O assunto drogas poderia muito bem ser dividido entre : a) professores de química, que informariam sobre a natureza das moléculas de cada droga, do mecanismo pelo qual elas se ligam aos receptores cerebrais, que é o mecanismo do próprio vício; b) professores de biologia, que informariam dos danos e disfunções corporais acarretados pelo uso das drogas; c) professores de sociologia, que discutiriam (esses, sim, com propriedade) o papel das drogas nas sociedades. Ainda poderiam compor melhor o quadro, médicos, psicólogos, policiais, mas a escola não conta com esses profissionais em suas folhas de pagamento. 
Professor de matemática? Não tem nada que cheirar nesse assunto.
O mais provável é que ele se livre e volte para a sala de aula, o Estado não pode se dar ao luxo de perder alguém que trabalhe por salário tão baixo, a falta de professores é crassa.
Mas me dou ao direito de me imaginar num país sério, numa Noruega, por exemplo : apologia ao crime e às drogas ilegais, é crime?
Então, puna-se!!!

Postar um comentário

0 Comentários