CARALHO !!!

Definitivamente, parem o mundo que eu quero descer. Tenho uma cultura geral razoavelmente superior aos de minha época, e muito, muito maior à média da geração atual (o que não nada significa ou se configure em algum mérito). O problema é que não deu tempo de eu ganhar dinheiro com esse meu conhecimento, quando da vez de seu uso, o mundo já estava de ponta-cabeça, o conhecimento não valia mais nada. Uma vez que não há o menor rudimento de conhecimento clássico nas novas gerações, a falta dele foi transformada em cultura, cultura pop, merda pop. Esta valorização do nada encontra terreno fértil nas áreas subjetivas, como a arte por exemplo. É absurda a quantidade de lixo exposta nas bienais da vida.
É o caso dum grupo de "artistas" russos que pichou um pênis na ponte sobre o rio Neva, em São Petesburgo, Rússia. Isso mesmo, um pau, uma jeba, um pinto, um pau, um caralho, em terras de antiga KGB. E agora concorrem a um prêmio de inovação organizado pelo Ministério da Cultura do país, no valor de 250 mil rublos, 14 mil reais. E nem é um pinto caprichado, não. Nada de anatomia precisa, dos volumes do caralho, nada das suas imperfeições, relevos, veias saltadas e seus cambiáveis tons de roxo. Nada disso. É menos que uma caricatura de pinto : um canudo com a ponta arredondada e cortada verticalmente por um risco a simular a saída da uretra, parece um daqueles foguetes de desenho animado, e tem 65 metros de altura.
Os membros (olha a piada pronta) do grupo dizem que seu objetivo é "destruir as antigas simbologias repressivas-patriarcais". Claro que é simbologia patriarcal, é um pau, ora porra. Se fosse matriarcal, seria um enorme bucetão.
É triste, muito triste. A Rússia, ex-União Soviética, há não muito tempo, foi celeiro de grandes mentes nas mais diversas áreas. Escritores com Gogol, Gorki, Dostoiévski, Tchekhov, Nabokov, Tolstói, ou cientistas como Mendeleiv (o da tabela periódica), Pavlov, Oparin, George Gamow (simplesmente o cara da hipótese do Big Bang), ou pintores como Marc Cahgall. Esse mesmo país, hoje, dá prêmio para pichadores e para desenhos de pinto. Bons tempos os da Guerra Fria, bons tempos os das prisões na Sibéria; deu liberdade, desgraçou.
Nasci em época errada. Se eu fosse adolescente nos dias atuais, ganharia várias exposições e bienais, e muita grana. Eu e alguns de meus colegas de escola, os que sempre tirávamos as menores notas da turma em educação artística, e não era "pegação" no pé da professora, não sabíamos mesmo desenhar, éramos péssimos.
Eu e minha turma seríamos, hoje, artistas "conceituais" conceituadíssimos, as carteiras de nossa sala de aula estariam expostas à visitação e admiração nas maiores galerias do mundo, Londres, Madri, Berlim, Roma, Nova Iorque. Riscávamos nelas, à caneta, a pincel atômico, até a estilete, vários caralhos, e ficávamos quietos, à espreita do primeiro que sentasse em cima dos pintos. E rolávamos de rir. Hoje, ganharíamos dinheiro. "Nossos" pintos eram praticamente idênticos ao pichado na ponte russa. Era até mais caprichado, o dos russos não têm nem as bolas, nós desenhávamos o saco e as duas pelotas : éramos muito melhores que os russos.
Abaixo cito minha fonte, lá tem a foto do pinto a quem possa interessar; que aqui o blog é espada, não entra desenho de pinto.
Fonte : Meia Hora Online

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