Não  gosto de futebol, mas uma coisa ele tem de bom, é um refúgio contra o  fascismo do chamado politicamente correto. Esse tipo de esporte é um  reservatório da macheza bruta, primal, não lapidada. No futebol, a  ditadura da falsa polidez não entra em campo, o cara pode coçar o saco,  pode cuspir no chão, pode xingar o juiz.
Podia.  Agora, até o futebol dá índicios de afrescalhamento. O tal Richarlyson,  após receber cartão vermelho, xingou o juiz de filho da puta, mandou  tomar no cu  e falou que o árbitro era viado. Resultado, vai ser julgado  pelo tribunal esportivo, será condenado à suspensão por uns tantos  jogos e seu clube, o São Paulo, já deu mostras de que pretende  dispensá-lo. 
Mas  o dito cujo jogador, dizem, também não é viado? Viado não pode chamar outro  viado de viado? O mundo tá ficando muito louco, muito estranho.
Nunca  joguei futebol, mas deve ser impossível não sair um palavrão no calor  da disputa. Imaginem isso na época do Pelé, do Garrincha, do Gérson, o  Brasil nem tinha ganho o tri. E o que dizer, então, de Serginho Chulapa,  Romário, Renato Gaúcho, Edmundo etc etc? Não gosto de futebol, mas tem  que ter xingamento, sim.
Manifesto  aqui meu apoio a Richarlyson, quem tem que ser desligado do futebol é  esse juizinho melindroso. Pode-se até ser viado, não tem problema, mas é  necessário manter uma certa macheza. 
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