Cerveja-Feira (30)

Inúmeros são os exemplos de grandes artistas (músicos, pintores e, sobretudo, escritores), de grandes empreendedores, visionários, estadistas e até de grandes cientistas cujos legados foram edificados paralelamente ao uso contínuo e contumaz que faziam da cerveja. A cerveja, se não como alicerce e fundação de suas obras, ao menos como pano de fundo, como importante elemento coadjuvante e cenográfico.
Mas a cerveja conferiu inteligência, criatividade e arrojo a esses homens ou foi apenas o gatilho a deflagrá-los? Uma catalisadora de algo dormente? Sim, porque a inteligência, muitas vezes, pode ser feito uma mulher bela, recatada e do lar. Precisa relaxar para se desnudar em todas as suas potencialidades.
Afinal, beber cerveja torna o homem mais inteligente ou o homem já inteligente toma mais cerveja?
Dispostos a desvendar este angustiante e tostinesco dilema, cientistas bebuns de Chicago, da Universidade de Illinois, conduziram um experimento em que aplicaram testes de inteligência - como de associação e quebra-cabeças - em dois grupos de homens. Um dos grupos, formado por participantes sóbrios, e o outro, por homens que beberam duas tulipas de cerveja antes dos testes, uma quantidade considerada moderada pelos cientistas. Para mim, é exígua.
O grupo levemente alcoolizado resolveu 40% a mais dos testes propostos, e em menor tempo : os bebuns levaram uma média de 12 segundos para resolver cada uma das charadas ou quebra-cabeças contra os 15,5 segundos gastos pelos sóbrios.
No entanto, segundo a psicóloga Jeniffer Wiley, integrante da equipe de cientistas, houve um efeito colateral : se a cerveja, por um lado, potencializou a inteligência dos participantes, deixando-os mais aptos para tarefas criativas, por outro lado, deixou o grupo menos produtivo com tarefas de trabalho físico.
Óbvio. Nem precisavam ter feito testes de trabalho físico para constatar. E não é porque a cerveja deixa o cara menos habilidoso, não; é porque, justamente, deixa ele mais inteligente. Quanto mais inteligente o sujeito, menos afeito ao trabalho braçal. Quem puxa carroça é o burro!
Abaixo, listarei algumas frases inteligentíssimas ditas por inteligentes das mais diversas áreas da criação humana.
Barão de Itararé (escritor e jornalista brasileiro) : “O fígado faz muito mal à bebida”.
Oscar Wilde (escritor irlandês) “Nunca devemos lamentar que um poeta seja um bêbado, devemos lamentar que nem todos os bêbados sejam poetas”.
Thomas Quincey (escritor inglês) : “É um absurdo dizer, conforme a linguagem popular, que alguém se esconde na bebida; pelo contrário, a maioria se esconde na sobriedade”.
Oscar Levant (pianista): “Detesto beber. Faz com que eu me sinta bem”.
Charles Bukowski (escritor alemão) : “É este o problema com a bebida, pensei enquanto me servia de um copo. Se acontece algo ruim, bebe-se para esquecer; se acontece algo bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa”
Camilo Castello Branco (romancista português): “As bebedeiras são, às vezes, os purgantes da alma”.
Emílio de Menezes (poeta parnasiano e imortal da ABL): “Beber é uma necessidade, saber beber uma ciência, embriagar-se uma infância”.
Ernest Hemingway (escritor norte-americano): “Algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para passar um tempo com os burros”.
Dylan Thomas (poeta galês): “Um alcoólatra é alguém de quem você não gosta e que bebe tanto quanto você”.
Willie Nelson (compositor e poeta norte-americano): “Existem mais velhos bêbados do que velhos médicos”.
Groucho Marx (comediante e frasista norte-americano): “Todo homem deve crer em alguma coisa. Eu creio que vou tomar outra cerveja”.
Jânio Quadro (ex-presidente brasileiro) : "Bebo porque é líquido; se sólido fosse, comê-lo-ia".
Paulo Francis (escritor e jornalista brasileiro): “Intelectual não vai à praia, intelectual bebe”.
Platão (filósofo grego) : "Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja".
Martinho Lutero (monge e teólogo alemão) : “Quem bebe cerveja, dorme mais rápido; quem dorme muito tempo, não peca; quem não peca, entra no céu. Portanto, vamos beber cerveja”.
Benjamin Franklin (polímata norte-americano) : "Cerveja é a prova que Deus nos ama e quer que sejamos felizes".
Charles Bukowski, de novo : "Fique com a cerveja, ela é um sangue contínuo, uma amante contínua".
Charles Bukowski, de novo e por fim : "Quando a gente bebe, o mundo ainda continua aí, mas por um momento ele não te segura mais pela garganta".
 
E, como hoje, eu acordei me sentindo meio burro, nem esperarei pela noite, começarei meu expediente já agora, à hora do almoço. Logo, logo, estarei alguns pontos de QI acima.
Salud!

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9 Comentários

  1. Frase atribuída a Groucho Marx: "Eu bebo para tornar as outras pessoas interessantes".

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  2. Belas frases. A do Emílio, pela simplicidade, é a que mais gosto. Mas o Bukowski tá no pódio também.

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  3. Talvez seja um coincidência. Não bebo cerveja, mas estou lendo Bukowski.
    Dei zoom pra tentar ver o que tava escrito na imagem e não consegui. Droga.
    Que a cerveja-feira te dê muita inspiração pra escrever. Salud!!!

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    1. Ler Bukowski sem tomar cerveja é o mesmo que ler a Bíblia sendo ateu. Um melhor entendimento de Bukowski requer uma certo grau de embriaguez.
      Eu escrevo tudo primeiro no papel, tenho vários cadernos já preenchidos. Na foto em questão, os garranchos que aparecem são da postagem Todo Castigo Pra Corno é Pouco (33):
      https://amarretadoazarao.blogspot.com/2020/09/todo-castigo-pra-corno-e-pouco-33.html
      Salud!!!!!

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    2. Acredito que os ateus que lêem a bíblia são tão interessados e, de certa forma, absorvem mais o conteúdo do que alguns cristãos. Adorei a metáfora.
      Detesto cerveja e álcool, mas talvez experimente lê-lo tomando algum vinho barato.

      Eh nois!

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    3. Sim, ler o Bukowski tomando uma boa taça de vinho barato chega a ser uma homenagem ao velho safado. Na categoria vinho barato, recomendo o Canção, tem seco, suave, semiseco etc, você escolhe. O Quinta do Morgado também é muito bom, assim como o Saint Germain.
      Também recomendo a leitura do "Pedaços de um Caderno Manchado de Vinho", do Bukowski:
      https://lelivros.love/book/baixar-livro-pedacos-de-um-caderno-manchado-de-vinho-charles-bukowski-em-pdf-epub-e-mobi/

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    4. Estou lendo "Mulheres" e estou com o físico "Sobre o amor". Qual seu preferido dele?
      Obrigada pela indicação, eu já ouvi falar desse também. Ótimo site.

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    5. Não tenho exatamente um preferido, mas gosto bastante dos "Crônica de um Amor Louco", "Fabulário Geral do Delírio Cotidiano", "Numa Fria" e, o primeiro livro que li dele, "Cartas na Rua".
      Até escrevi recentemente aqui sobre esse meu primeiro encontro com Bukowski. Se quiser perder um tempinho:
      https://amarretadoazarao.blogspot.com/2020/08/o-ano-em-que-conheci-bukowski.html

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  4. Charles Bukowski, bebinho raiz, emplacou várias aí. Mas, embora nascido na Alemanha, foi notadamente um autor americano.

    Ótimo compêndio de citações etílicas.

    Abraços!

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