O Dia Internacional da Mulher : Mirem-se no Exemplo Daquelas Mulheres do Chico

O Chico é gênio! Não bastasse, é também o xodó da mulherada!
A mulherada se derrete pelo Chico. O Chico é o psicanalista dos sonhos femininos. É o divã em que toda mulher adoraria se deitar. O Chico é o Freud da alma feminina.
A mulherada encharca a calcinha pelo Chico. O Chico psicografa a essência etérea da mulher para as letras de suas canções. É o médium do conturbado espírito da mulher. O Chico é o Chico Xavier da alma feminina.
A mulherada descabela a perseguida pelo Chico. O Chico decodifica e traduz os hieróglifos da alma da mulher. É o arqueólogo de seus anseios imemoriais. É o Champollion da alma feminina.
É por essas e por outras que nada pode ser melhor que uma canção do Chico para homenagear a mulherada em seu dia internacional. 
E nenhuma canção do Chico pode ser melhor que Com Acúçar, Com Afeto para celebrar tão marcante data.
Com Açúcar, Com Afeto é muito mais que uma ode à boa mulher, à boa esposa. Com Açúcar, Com Afeto traz conselhos e orientações de suma valia para a mulher preservar a convenção social que lhe é mais cara, o casamento, o sagrado matrimônio. 
É uma receita infalível para a manutenção da preciosa paz no lar. O bê-a-bá da mulher que pretende conservar o seu benquerer, uma verdadeira cartilha de educação sentimental, a Caminho Suave da nem sempre tão suave relação homem-mulher.
Com açúcar, Com Afeto fala da mulher que fica em casa à espera do marido, que, a pretexto de batalhar pelo ganha-pão, vai aos bares tocar sambas antigos com os amigos e ficar olhando as saias de quem passa pelas praias. 
É a própria Mulheres de Atenas dos tempos modernos. É Ulisses e Penelópe dos subúrbios cariocas. E à chegada do marido, ela não se aborrece nem ralha com ele, vai sim é providenciar o conforto e o repouso de seu guerreiro : "logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato e abro os meus braços pra você".
Mulherada, mirem-se no exemplo daquelas mulheres do Chico!!!

Com Açúcar, Com Afeto
(Chico Buarque) 
Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê!

Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa


Você diz que é um operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê!


No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê!


Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol


E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol


Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar


Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar


Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê!


Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração


E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado

Como vou me aborrecer?
Qual o quê!


Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.

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1 Comentários

  1. Obrigada! Concordo em gênero, número e grau. Mas corremos um sério risco de nos tornarmos membros dos saudosistas incorrigíveis rsrs. Adorei o termo "viadagem galopante", nós mulheres precisamos mesmo é de bocas espertas e mentes inteligentes.
    PS: as mulheres preferem o anonimato.
    "J"

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