Francês Desbatizado

René Lebouvier, um aposentado francês de 71 anos, indignado com as canalhices da Igreja Católica, recorreu à Justiça para ter seu nome retirado dos livros do Vaticano.
Alguns fatos que o levaram à sua decisão foram o pronunciamento da Igreja contra o uso de preservativos em 2009, por ocasião da visita do nazistão Bento XVI à África, e o caso da menina brasileira de 9 anos que, por correr risco de morte, abortou um filho de seu padrasto : a Igreja excomungou a menina, assim como os médicos que realizaram o procedimento. O padrasto, com certeza, foi chamado para compor o corpo clerical de alguma paróquia e deve estar comendo um cu de padre a uma hora dessa.
A luta do francês é antiga. Ele começou o processo em 2001, inicialmente apresentando seu pedido aos padres de sua pequena cidade. Foi informado pelos filhos das putas que isso era impossível, o máximo que conseguiu foi uma observação nos registros de batismo da paróquia, um adendo dizendo "renegou ao batismo" ao lado de seu nome. 
Mas depois do caso da menina de 9 anos do Recife, Lebouvier resolveu entrar na Justiça para a total deleção de seu nome dos registros católicos. E ganhou. O Tribunal de Coutances justificou, com base no “direito ao respeito da vida privada”, sua determinação para a diocese da região que retire em “definitivo dos registros de batismo a menção a René Lebouvier”. Se em 30 dias o nome dele não for encoberto “com tinta preta indelével”, a diocese pagará multa diária de cerca de R$ 34.
Tem um bispo filho da puta lá que irá recorrer da decisão. Afirma que mesmo que seja obrigado a cumprir a ordem judicial, é impossível desfazer o batismo, seria como negar o nascimento do indivíduo. É o caralho. É a mesma coisa que se desfiliar de um clube, partido político ou sindicato.
Um tal teólogo Jesus Hortal afirma que, para a Igreja,  ordenação, matrimônio, crisma e batismo são sacramentos para a vida toda. Além disso, há o entendimento de que, como o batismo é um fato público, ocultá-lo seria o equivalente a destruir documentos históricos”
Claro que esse canalha só podia se sair com essa. Um teólogo chamado Jesus, porra, é óbvio que vai advogar em causa própria.
Fiquei um pouco surpreso com a notícia, achei que fosse plenamente possível desfazer o batismo. Inclusive já postei um modelo de carta de desbatizado que circula pela net aqui no blog.
Penso em, futuramente, seguir o exemplo do francês. Conseguir na Justiça o direito de borrar os seculares livros do Vaticano e ter meu nome coberto de tinta preta. E torcer para a Igreja recorrer e não cumprir a ordem. Trinta e quatro reais diários de multa totalizam mais de mil reais no fim do mês. Seria um excelente acréscimo na renda.
E eu seria, se não o único, um dos raros casos de pessoas que tiram dinheiro dos cofres sagrados, e não que os abarrotam com seus salários e ignorância.
Fonte : O Dia Online
Em tempo : sobre o caso da menina excomungada, leiam o fantástico cordel do poeta Miguezim da Princesa, A excomunhão da vítima.

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