Lágrimas de Crocodilma (Ou : a Comissão da Meia Verdade)

Dilma Rousseff chorou durante a cerimônia de entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que foi criada para investigar as violações aos direitos humanos durante o período de 1946 a 1988. O período inclui o governo militar (1964-1985), alvo principal de Dilma Roussef. A instauração da  Comissão da Verdade diz ter o objetivo de resgatar a verdade e dar uma satisfação às famílias dos mortos e desaparecidos durante o governo militar.
Porém, é uma comissão da meia verdade : é bom que se frise, ela investigou apenas os crimes cometidos pelos militares durante o governo militar, só os crimes de suposta autoria dos militares.
Que tal investigar também os crimes cometidos por civis durante o governo militar? Pelos grupos de guerrilheiros, compostos de sequestradores e assaltantes de bancos, de um dos quais, inclusive, nossa presidente fazia parte? Que tal também começar a investigar a verdade sobre os mortos e desaparecidos por obra dessas guerrilhas? Que tal investigar também os crimes de subversão dessas quadrilhas de civis, crimes esses que desencadearam os crimes cometidos pelos militares em sua oposição? Que tal, só para variar, começar a investigar a causa e não os efeitos?
Sim, porque os abusos cometidos pelos militares durante seu período governista foram o efeito - a reação - às ações criminosas de civis, como Dilma e seus companheiros de luta armada.
Ficou bem claro o cárater revanchista dessa Comissão da Verdade. E não só revanchista : a Comissão da Verdade quer, na verdade, solidificar em fato inconteste, de uma vez por todas, um falso registro histórico, ou, pelo menos, uma falsa e tendenciosa interpretação dele, a de que Dilma e seus companheiros foram obrigados a pegar em armas para combater uma ditadura desumana em prol da democracia.
Foi bem o oposto, a tomada militar do poder é que veio em reação à turma da Dilma, que nada queria com a democracia, mas sim instalar por aqui a chamada ditadura do proletariado, transformar o Brasil numa grande Cuba.
O relatório final da chamada Comissão da Verdade vai colocar Dilma, juntamente com seus cupinchas, na posição de heróis, de benfeitores da nação. Vai gerar também mais uma infinidade de indenizações às famílias dos "perseguidos" pelos militares, mais e mais Bolsas-Ditadura serão distribuídas.
Sim, existem as Bolsas-Ditaduras. Os cartunistas Ziraldo e Jaguar, o escritor Carlos Heitor Cony, o ex-presidente Lula, o atual presidente do PT Rui Falcão etc etc, recebem polpudos salários por terem "combatido a ditadura". O valor já gasto com essas bolsas-ditadura ultrapassa os 4 bilhões de reais, tudo na conta do trabalhador.
Só para citar um louvável contraexemplo, Millôr Fernandes, também do Pasquim, foi igualmente perseguido pelo governo militar, mas não entrou com pedido de indenização, ele fez o que fez porque acreditava, sabia das consequências, não ficou se fazendo de vítima, de coitadinho. Millôr Fernandes, diferentemente de seus contemporâneos, tinha vergonha na cara, muita vergonha na cara, disse que a luta pela ditadura não era uma poupança. Perfeito, o Millor.
E por que esses sujeitos têm de ser ressarcidos por terem sido perseguidos por um governo ao qual se opunham, o qual queriam desestabilizar?
Ora, vão à merda. Um bando de caras de pau é o que são. Vítimas é o caralho.
Quando o sujeito se dispõe a lutar contra um governo - seja essa luta justa ou não -, ele assume o risco de se dar mal, de tomar no cu. O opositor a um governo é sempre o lado mais fraco da guerra, e ele sabe disso; de livre vontade, ele entra na briga ciente disso.
Acontece o previsto, ele se dana, se ferra, toma lá uns merecidos catiripapos. Logo em seguida, ele vem querer passar por injustiçado, por vítima.
Esses sujeitos não têm a hombridade de assumir a surra que levaram, a honradez de aceitar a derrota e sumir com os respectivos rabinhos entre as pernas. É possível encontrar maior integridade e decência em bandos de babuínos.
Se a luta armada tivesse sido vitoriosa, ela teria produzido montanhas de cádaveres, como vários regimes comunistas fizeram em outros países; como perderam, foram bater à porta do Estado com pires e chapéu na mão. Grandissíssimos filhos da putas, isso sim.
Quem luta verdadeiramente por um ideal, luta tão-somente por esse ideal, não para ser recompensado financeiramente.
Por que esses mercenários ideológicos têm o desplante de achar que os contribuintes brasileiros lhes devem parte de seus impostos na forma de altos salários indenizatórios? Agradecê-los e recompensá-los pelo quê?
Pela restauração da democracia? Por ajudar na ascensão de um regime de governo em que imperam a permissividade, a falta de ordem, as leis favoráveis ao bandido e o assistencialismo ao vagabundo às custas do trabalhador? Eles querem agradecimento e paga por, supostamente, terem lutado por isso?
Dilma Rousseff chorou durante seu pronunciamento acerca do relatório final da Comissão da Verdade, chorou pela lembrança de seus companheiros mortos e desaparecidos, as vitimazinhas indefesas dos militares. 
Acho que ela chorou foi de saudades daquele tempo, tempo em que planejava sequestros, assaltos a bancos, ações armadas em geral; saudades do tempo em que ela e seus companheiros tinham o sonho de se tornarem grandes ditadores, como Fidel e Mao; sonho interrompido pelo governo militar, felizmente. Por isso, a mágoa, a revanche, a Comissão da Verdade.
Dilma Rousseff, disseram, chorou pelas vítimas dos militares, lágrimas de crocodilma.
Resta saber (perguntar, ao menos) quem irá chorar pelas vítimas das quadrilhas de criminosos formadas por Dilma e seus companheiros à época do governo militar.
Ôôô, coitada!!! Tão com dozinha dela, tão?
Não digo dos ingênuos bem intencionados, sobretudo estudantes universitários, que foram usados como massa de manobra, como bucha de canhão, como inocentes úteis pelos grupos terroristas, pois esses realmente foram vítimas (mais até dos comunistas que dos militares), mas os líderes dessas quadrilhas, como foi Dilma Rousseff, apanharam merecidamente. E apanharam pouco. Sequestro, assassinato, assalto a banco, roubo de armas são crimes em qualquer país do mundo, seja qual for o seu regime de governo.

Postar um comentário

0 Comentários