É a Podridão, Meu Velho (6)

Nada mais de planar de asa-delta
Pelas bordas do cu de um buraco negro.
Nem de saltar de bunguee jump
Do pináculo do Monte Olimpo,
Embriagado de néctar, Afrodite e ambrosia.

Nada mais de atravessar
- de madrugada (sempre e nunca mais a madrugada) -,
Bêbado e equilibrista,
O vão do rio por sobre tubulações enferrujadas
E transpiradas de limo, metano e enxofre.
Nem de correr,
Querendo voar,
Sob o fogo cerrado da tempestade
A brincar de roleta-russa com relâmpagos
E fogos de Santelmo.

Nada mais de calçar minhas sandálias de Hermes,
Nem de envergar meu sobretudo da pele do Leão da Nemeia.

Nada mais, nada mais...
Apenas pequenos contos noturnos
E poemas despetalados.

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2 Comentários

  1. Como diria Dado Villa-Lobos..."não sei se é do vinho ou da vida, quando sinto assim."

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    1. pois acho que é dos dois, da vida e do vinho, ou da cerveja etc

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