Quociente, Quociente, Quociente Eleitoral, 'Cê Vota no Palhaço e Elege os Marginal...

O ex-jogador Romário, agora senador eleito pelo estado do RJ com 4,6 milhões de votos, bem disse em certa feita : "o Pelé calado é um poeta!"
Concordo com o baixinho.
Não obstante o gênio futebolístico que Pelé tenha sido - e ele o foi -, o seu alter ego, Edson Arantes do Nascimento, o "Edson", como ele próprio gosta de se autorreferir, é um asno de teta. Quando o Edson abre a boca, precavemo-nos : lá vem "pérola".
Exceção a uma única declaração, proferida na década de 70. Ao ser questionado sobre a decisão dos governos militares de suspender eleições diretas para cargos do Executivo, Pelé, ou o Edson, nem ele sabe direito às vezes, mandou na lata : "brasileiro não sabe votar".
A fala de Pelé causou indignação e revolta. Até hoje causa certa consternação, como é próprio das grandes verdades. Brasileiro não sabe mesmo votar, haja vista aos últimos pleitos presidenciais.
Mas e se soubéssemos? E se exercêssemos efetivamente um voto consciente? E se, antes de votar em alguém, pesquisássemos sobre a vida pregressa do sujeito, seus feitos e realizações em prol do coletivo, assim como, e também, suas cagadas, seus podres, botássemos tudo numa balança cívica muito bem calibrada e só depois, muito depois, depositássemos nele a nossa confiança? E se seguíssemos, feito ratos de feicibúqui, a vida pós-urna de nossos candidatos, acompanhássemos seus passos, verificássemos o cumprimento ou não dos compromissos estabelecidos em campanha e usássemos o saldo, positivo ou negativo, na eventualidade de uma nova candidatura? E se etc etc e etc?
De nada adiantaria, também. Não mudaria porra nenhuma. A verdade é que fazemos papel de palhaços nas urnas - nas urnas, também. 
Primeiro que não escolhemos em quem iremos votar, os partidos é que escolhem; portanto, teoricamente, escolhemos entre os candidatos que os partidos escolheram para tal. E nessa escolha, óbvio, está em jogo uma porrada de maracutaias. 
Segundo, os "eleitos" não são os mais votados pelo povo, muito longe disso, aliás. Os "eleitos" apossam-se de suas cadeiras legislativas via coligações, conchavos e, sobretudo, através do Quociente Eleitoral.
Nesta eleição, pasmem, do total de 513 deputados estaduais e federais, apenas 35 - isso mesmo, 35, apenas 6,8% da corja toda - elegeram-se com a própria votação. Os demais 478 "eleitos" no domingo contaram com os votos somados do partido ou coligação para atingir a votação necessária.
O quociente é definido pela divisão do número de votos válidos pelo número de vagas que cabe a cada estado. Em São Paulo, a exemplo, o quociente eleitoral foi de 299,9 mil votos - resultado da divisão dos 20,99 milhões de votos válidos pelas 70 cadeiras da bancada.
Celso Russomano teve 1,5 milhões de votos, Tiririca, pouco mais de 1 milhão, as suas "sobras", rateadas entre os de seus partidos, ajeitaram a vida de mais seis vagabundos, quatro do partido de Russomano e dois do do Tiririca.
Mas não esquentemos a cachola com aritméticas, que o tal quociente eleitoral foi criado para que ninguém mesmo entenda. Deixemos que ele, Tiririca, na inspiradíssima animação do cartunista Piriri, melhor nos esclareça sobre o Q.E., ao ritmo de seu megahit Florentina.
Quociente, quociente, quociente eleitoral... 'cê vota no palhaço e elege os marginal.

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1 Comentários

  1. Excelente video! Agora, sabe por que uma cambada se beneficia do QE? Justamente por conta do QI baixo de muitos eleitores (no duro, no duro, não há falta inteligência, o que há é sobra de ignorância).

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