É a Podridão, Meu Velho (5)

Meus pés, o teto do Empire State
Minhas vistas, as nevadas e condoreiras cordilheiras
Meus pulmões, a fresca e impoluta estratosfera
Minha alma, gato de Asgard
Vaso Ming parnasiano.

Hoje,
Rastejo por entre a procissão dos rastejantes
Mais um estropiado em meio a uma romaria de aleijões.

E você ainda me pergunta
O que é que eu tenho
Do que é que eu tanto padeço?

Postar um comentário

2 Comentários

  1. Mandou muito bem! Mas, se não me engano, você não tem idade ainda para sentir isso na plenitude da merda. Espere chegar nos cinquenta, sessenta. Aí você escreverá uma epopeia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os sessenta, realmente, ainda estão um pouco distantes, mas os cinquenta já estão a fungar no meu pescoço, a botar cascas de bananas no meu caminho.
      Aliás : gostei da expressão, plenitude da merda!

      Excluir