O Papa caiu. Sim, claro que caiu. Foi enxotado do trono de Pedro pelo mesmo Espírito Santo que, dizem, o colocou lá. Renúncia porra nenhuma. Nenhum ser humano renuncia por vontade própria a um cargo de tamanho poder e influência, muito menos um que tenha trabalhado a vida inteira para lá chegar.
Bento XVI foi derrotado. Derrotado pela crescente secularização da Europa e pela, mais crescente ainda, viadagem que campeia por esse mundo de seu deus; viadagem externa à Igreja - os direitos civis dados aos gays - e, principalmente, pela boiolice interna, pelos casos de pedofilia eclesiástica, já impossíveis de esconder.
A briga de Bento XVI com a viadagem é antiga. Era ele quem cuidava de abafar as denúncias de pedofilia durante todo o papado de João Paulo II. O João de Deus fazia o social da igreja, com sua cara de bom velhinho, de Dona Benta, porém, nos bastidores sempre imundos do Vaticano, era Joseph Alois Ratzinger quem atuava, quem segurava a peteca.
São nos porões que a Igreja Católica se sustenta, e Joseph Alois Ratzinger era o homem nos porões, bem aos moldes de outra organização da qual foi integrante, a Juventude Hitlerista.
Mas a ambição, talvez, fez Joseph Alois Ratzinger querer sair das sombras, banhar-se na dourada luz das moradias e das vestes do Vaticano. No Vaticano, tudo o que reluz é ouro, sim. Do mais puro, 24 quilates. Inclusive ouro dos judeus, que foi a paga do nazismo e do fascismo pela silêncio e pela "neutralidade" da igreja durante a Segunda Guerra Mundial.
Mas a ambição, talvez, fez Joseph Alois Ratzinger querer sair das sombras, banhar-se na dourada luz das moradias e das vestes do Vaticano. No Vaticano, tudo o que reluz é ouro, sim. Do mais puro, 24 quilates. Inclusive ouro dos judeus, que foi a paga do nazismo e do fascismo pela silêncio e pela "neutralidade" da igreja durante a Segunda Guerra Mundial.
Acontece que Ratzinger não é uma celebridade feito seu antecessor, não é homem de brilhos, luzes e holofotes, não tem o menor tato político, não é simpático. Seu lugar sempre foi por trás do trono do Vaticano, ele sempre foi bom em obedecer ordens; foi um fracasso em formulá-las.
E foi burro. Extremamente burro. Desesperado, tendo que estancar urgentemente o sangramento das fileiras católicas, trocou os pés pelas mãos e decidiu por combater abertamente dois inimigos que nunca poderia vencer - o ateísmo e o homossexualismo.
Bento XVI bem poderia não ter sido vencido - como foi - pelo ateísmo e pelo homossexualismo. Bastaria manter a convivência pacífica que a igreja sempre teve com eles, bastaria continuar a fingir que eles não existem, continuar a empurrá-los para baixo do tapete, como fazia João Paulo II, ou, melhor, como Ratzinger fazia por ele.
Poderia não ter sido vencido, vencê-los, jamais. Contudo, resolveu matar a fera de duas cabeças da qual, ele, Bento XVI, é hóspede de suas entranhas. Resolveu matar o monstro cujo estômago ele habita.
Fácil de entender. Primeiro, o Vaticano fica encravado na cidade de Roma, Itália, país com um dos maiores índices da Europa de ateus declarados nos últimos censos, só perde para os nórdicos Noruega, Finlândia e Islândia; segundo, toda a hierarquia católica, do baixo ao altíssimo clero, é constituída em grande parte de homossexuais que se escondem sob a batina. Ou seja, Bento XVI era o general que abria fogo contra suas próprias tropas. Bento XVI era o fogo amigo da Igreja Católica Apostólica Romana. Que exército quereria, por muito tempo, um general desses?
Bento XVI resolveu não mais ignorar o ateísmo e o homossexualismo (declarou-os os grandes inimigos da humanidade, os grandes demônios atuais, chegou a afirmar que um fornece subsídios ao outro), decidiu por não mais empurrá-los para baixo do tapete - ou sua burrice não lhe permitiu ver que era isso o que estava fazendo. Resolveu sacudir o tapete, lançar a sujeira de séculos ao ar. Resultado : puxaram-lhe o tapete, o Espírito Santo lhe puxou o tapete.
O Espírito Santo puxou o tapete de Bento XVI. Aos ouvidos dos cardeais, aos mesmos a quem soprou o nome de Ratzinger a fim de elegê-lo Papa, soprou dessa vez : cortem-lhe a cabeça. Cortaram-na. Que ordem do Espírito Santo, ninguém discute. O último Papa a sofrer o impeachment do Espírito Santo foi Gregório XII, há 600 anos. Bento XVI deve mesmo ter abusado da santa paciência do Espírito.
E o Espiríto Santo parece só servir a duas coisas : violar virgens e fazer CPI de Papa.
Agora, vem nova eleição papal e os possíveis sucessores começam a ser cogitados. Seria a vez de um Papa não europeu? De um latino, de um negro, de um - que deus se perdoe - brasileiro? Parece que há cinco cardeais brasileiros com chances de concorrer ao trono de Pedro. Se algum brasileiro vir a concorrer, será feito filme nacional a oscar de melhor filme estrangeiro : não ganhará nunca.
Tem campanha política para Papa? Horário político gratuito na TV do Vaticano, cartazes e faixas com os nomes dos cardeais? E santinho? Tem santinho de cardeal candidato a Papa espalhado pelas ruas do Vaticano?
E eleição para Papa só tem um eleitor : o Espírito Santo (será que existe quem realmente acredite nessa balela?). Nem tem graça fazer boca de urna.
Só sei que um dos mais podres poderes do mundo ter sucumbido em dias de Momo, fez-me lembrar, inevitavelmente, a canção "Podres Poderes", do Caetano Veloso : "...enquanto os homens exercem seus podres poderes, índios e padres e bichas, negros e mulheres, e adolescentes fazem o carnaval..." . E também os ateus, Caetano, esqueceu-se dos ateus.
Eu voto no Pe. Marcelo Rossi para próximo Papa, ou no galã e bombadão Pe. Fábio de Melo, com seu "amigo" Gabriel Chalita para vice-Papa.
Vejam mais em : O Ateísmo é a base da viadagem, declara Papa Bento XVI
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