A Hora Da Ferrugem

Ponho-me a andar
E meus tendões rangem
- Banjos em cacos, 
Lamentos tangem -,
Minhas articulações e parafusos
(outrora de ciborgue, do homem de seis milhões de dólares)
Ganem faíscas,
Sou isca do que fui.

Ponho-me a pensar
E o torpor impera
Reinicio, reinicio, reinicio a máquina
(cafeína, pornografia e álcool)
Mas o sistema emperra.

Meto-me a meter,
A trepar
E é aí que tudo se enterra.
É a decripitude, é a podridão, meu velho.

Não bastasse, vem o gaiato e canta :
"É a vida, é bonita, é bonita e é bonita".
Que idiota, esse Gonzaguinha. 

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