Água Fresca, Beeem Fresca

Vivemos em tempos temerosos; o tempo do não-tempo, segundo os Maias. Em nossos dias, todo cuidado é pouco, ao menor vacilo, as pregas do seu cu podem rodar.
Já falei aqui do caso de um francês que garante ter virado boiola após um tratamento para o mal de Parkinson, mais recentemente falei do ex-jogador de rúgbi inglês que virou viado depois de um AVC. Isso sem contar os inúmeros exemplos já citados no Marreta do inegável complô para o embichamento planetário : hormônios nos alimentos, produtos à base de soja nas merendas escolares, substâncias químicas como os ftalatos e os bisfenóis dos plásticos, usados amplamente em utensílios de cozinha, brinquedos infantis e mamadeiras, o timerosal nas vacinas etc etc.
Agora, o perigo vem da própria mãe natureza.
José Benítez Pantoja, prefeito de Huarmey, no Peru, garante que as águas que servem sua cidade fazem a homarada ficar com tesão na argola. A água, disse o prefeito após receber o resultado de uma análise química, é rica em estrôncio, que interfere na produção do hormônio masculino, reduzindo sua taxa no organismo.
Desse jeito, os homens de sua cidade correm o risco de ficar iguais aos de Tabalosos, cidade vizinha de onde vem a água que abastece Huarmey e onde vivem 14 mil homens gays, assegura o prefeito e fiscal das pregas da população.
A teoria do prefeito foi refutada por Roberto Castro Rodríguez, decano do Colégio de Química Farmacêutica de Lima. Rodríguez explica que o estrôncio em grandes quantidades pode provocar câncer ósseo, anemia e problemas cardiovasculares, mas não há registros de casos de homossexualidade.
Não há registros associando estrôncio e viadagem. Não há registros. Não significa que não existam casos. Uma coisa é muito diferente da outra. O próprio decano do Colégio cita distúrbios cardiovasculares. E o que é que faz o pau levantar? No caso, o Peru subir? Não é o sangue? Pois é. A diabetes causa problemas cardiovasculares e, sabidamente, a paumolescência. Por que não o estrôncio?
É um caso a se estudar profundamente, não a se rechaçar de pronto. Se está sendo veementemente negado, sem nenhuma análise mais atenta, é porque aí tem.
Não é de hoje que a sabedoria popular  relaciona a água de certas localidades com a prática da viadagem.  A sabedoria popular, na minha opinião, é uma memória genética da espécie, um tipo de instinto coletivo de sobrevivência; não podemos dar-lhe crédito cego, porém dela, é recomendável nunca zombar ou escarnecer. No Brasil, temos o notório exemplo de Campinas. Viajante tarimbado que por lá passa , garante que não toma de suas águas de jeito nenhum, leva sempre um galão de água mineral. Tomou água de Campinas, dizem, não tem por onde: o sujeito embicha na hora, fica gostando de levar bolada no queixo, cabeçada no céu da boca, umbigada na testa etc.
Os prefeitos de Campinas e Huarmey bem que poderiam estabelecer uma parceria para o estudo dos efeitos de suas águas nas contrações do esfíncter anal dos machos da espécie humana, via Unicamp.
Outro líder político sul-americano alertou recentemente para o perigo da viadagem químico-adquirida. Evo Morales, da Bolívia, acusa os hormônios da carne de frango pelo embichamento de seus conterrâneos; quem a consome, "têm desvios em seu ser como homens", afirmou Morales.
Nunca pensei em viajar para o Peru, mas acabei de verificar as localizações geográficas de Huarmey e Tabalosos no Google Earth, bem como a de outras cidades abastecidas por suas águas frescas. Só para saber, só por via das dúvidas. 
Sei lá, é melhor prevenir do que costurar as pregas depois.

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