Uma coisa que nunca engoli : ler "livros" pela tela de um computador. Internet é muito boa para notícias, pequenos artigos, coisas curtas e rápidas que pouco exigem concentração, apenas para informação cotidiana, munição para conversa de boteco ou para quando se chega às sete horas da manhã no serviço. Para ler de verdade, para aprender, absorver conhecimento que preste, tem que ser o livro, e fim de papo.
Ainda bem que não sou só eu que penso assim, abaixo colo trechos do artigo de Ivan Lessa para o site da BBC Brasil, um primor :
"Fiquemos com o book-book e não o e-book. Faça você o teste que bolei há 40 anos e recomendo para avaliar a qualidade de qualquer livro. Em primeiro lugar, abra numa página qualquer e taque o dedo numa linha. Batata. Dá um tremendo plá do livro: ou besteira ou legível. New Criticism é isso aí.
Em segundo lugar, e o mais importante, abra de novo, bem no meio, e dê uma boa cafungada nele. Livro sem cheiro não é livro. Mesmo novo em folha tem que lembrar, nem que seja vagamente, uma mulher que se amou muito. Se for livro velho, comprado no sebo, tem que cheirar a pó-de-arroz, patchouli, suores antigos e à mesma mulher que se amou muito, agora num apartamento azul com o quarto iluminado só pela luz difusa de um abajur lilás.
O objetivo de qualquer livro, mesmo aquele estalando de novo, pouco importa suas qualidades literárias, é esse: ficar, lá na estante, fazendo companhia à gente, ao lado de seus velhos amigos, outros livros, com eles conversando e lembrando, em silêncio, amores passados. Todos prontos para conosco relembrarmos tudo, comovidos como o quê.
Experimente fazer isso com um livro eletrônico."
Ou seja, ler num tablet é igual a meter com uma boneca inflável. Para artigo na íntegra, é só dar uma clicadinha aqui, no meu poderoso MARRETÃO.
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