Depois do robô chupeteiro da postagem anterior, outra conquista tecnológica, dessa vez vinda do Japão, vem se somar ao rol das invenções destinadas às facilidades da vida moderna, a proporcionar uma vida mais cômoda, mais confortável, menos cansativa e árdua ao ser humano civilizado. E a torná-lo cada vez mais frouxo.
A digestão dos alimentos é um processo de altíssima complexidade, que simples nos parece por ser corriqueiro, mas que de elementar nada tem. A digestão envolve um sem-número de reações químicas, cada uma comandada por moléculas de alta especificidade, os produtos de uma fase são utilizados como substratos da seguinte, nosso corpo literalmente desmonta moléculas, o que demanda e libera quantidades de energia muito maiores do que podemos supor, o controle dessa energia deve ser absolutamente preciso, lidamos com níveis de energia capazes de levar um corpo à combustão se liberados de maneira descontrolada. Ou seja, além de complicada, a digestão também é perigosíssima. E todo esse esforço e risco para quê? Para tudo acabar em merda?
Foi pensando nisso que o cientista japonês Mitsuyuki Ikeda resolveu facilitar ainda mais a vida das pessoas. Tanto trabalho para obter merda?, deve ter pensado o cientista. Comamos, pois, a merda já pronta, concluiu de maneira genial. O benemérito pesquisador desenvolveu um método de transformar dejetos humanos em carne artificial. A carne de merda é menos calórica e composta aproximadamente de 63% de proteína, 25% de carboidratos, 3% de lipídios e 9% de minerais. Um corante vermelho e um sabor artificial de soja são ainda adicionados ao produto para dar-lhe aparência mais comestível; alguns voluntários disseram que a carne artificial tem gosto de bife. A questão é, bife de quê?
Grupos ecológicos aplaudiram a ideia; pudera, ecologista só tem merda na cabeça. Argumentam que os rebanhos destinados ao abate para a alimentação humana geram 18% dos gases de efeito estufa de todo o planeta, com a reaproveitamento da merda humana, esses índices poderiam ser melhorados.
Já existem, por exemplo, campanhas de cunho ecológico onde o indivíduo entrega lá 3 ou 4 garrafas de óleo de cozinha usado para reciclagem, recebe uma nova em troca e um 'muito obrigado' por estar ajudando o planeta. Imaginem se a coisa da merda vingar, o sujeito acorda de manhã e põe toda a familia pra cagar, até sogras e cunhados serão bem-vindos nessa hora, recolhe a féria do dia e vai ao açougue. Chega lá, coloca o saco de merda para reciclagem no balcão e troca por carne fresca, 3, 4 quilos de merda por um quilo de acém.
Mitsuyuki Ikeda acredita no potencial comercial de sua criação, desde que, segundo ele, "as pessoas possam deixar de lado o pequeno detalhe de que a carne é feita de dejetos humanos".
Melhor começar a desconfiar daquela kafta que você compra pro churrasco.
Fonte : Jornal do Brasil
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