Pobre E Incauta Alice

Sou o dono desse salão de espelhos.
Quereis vós,
Que só sois imagem por reflertides em mim,
Reclamardes de distorção?
Quereis vós,
Reflexo difuso e perdido,
Só tornado em carne depois da benção de minhas superfícies polidas,
Lamentardes, a mim, a tua opacidade?
Quereis vós,
Barro lamacento,
Rebelardes contra o mau-hálito do meu sopro
Que vos devolvestes à vida?

Sou o dono desse salão de miragens.
Pensastes mesmo,
Criança remelenta,
Que vossas leis da física, vossas regras e vontades
Aqui valeriam?


Sou o curador desse salão de quimeras.
Acreditastes de fato,
Larva impaciente,
Que vossos sonhos não fossem meros enredos rascunhados por mim?
Crestes realmente que pudésseis vos sagrardes campeã
Na justa arbitrada por mim?

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