Antiviral Viking

Estou resfriado,
Na melhor e catarrenta das hipóteses.
Talvez gripado,
Comum
Espanhola (quem me dera)
Suína
Aviária.
Ou dengue
Chikungunya
Zika
Enfim...
Alguma merda
Que me deixará mais prostrado 
Mais mal-humorado
Azedo
Com o saco murcho
Fará erupcionar a herpes
(Sempre no lábio superior e no canto esquerdo)
Mas não me matará :
Travessuras de saci.

Durante o dia
Que ganho para representar papéis
Que tenho que ser isso
Aquilo 
E aquiloutro
Tomo dipirona a cada quatro horas
Dou escudos de Capitão América aos meus anticorpos
Só escudos.
Só paliativos
Só subterfúgios
Só delongas.

Mas de madrugada
Ah, de madrugada!!!
De madrugada
Quando não tenho que encenar nenhum papel
Que não tenho nenhum vínculo empregatício com a vida
Tomo cerveja.
Uma lata a cada vinte ou trinta minutos.
Que não dá escudos
Nem quaisquer novas armas aos meus zagueiros imunológicos
(eles têm as armas deles, fornecidas pela Evolução).

Tomo cerveja.
Que dá a eles
Novos ânimos
Novas almas
Novas têmperas.
Que dá a eles
Cabelos ruivos
Machados de duplo gume com cabos de prata
E barcos velozes entalhados sobre dorsos de dragões.
Os mune de brados
E de brios vikings!
Lhes dá o raio, o trovão
E a marreta de Thor.
Puta que o pariu se dá.

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1 Comentários

  1. Enfim, depois de lido o poema que dizer além de "Melhoras"?
    Enfim, melhoras. E que seja apenas uma comum...

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