Quem Não Tem Capitão América, Caça Com o Superbigote

Nicolás Maduro, atual e vitalício presidente da Venezuela, é um legítimo democrata, um benemérito, um filantropo de seu povo. E amicíssimo de Lula, que muito o admira como governante, que se espelha na pessoa de Maduro e quer ser como ele quando crescer.
Pudera, Maduro elevou a nação sul-americana a patamares de desenvolvimento nunca antes vistos ou mesmo sonhados, de causar inveja e cobiça aos países vizinhos e até à União Europeia. Nunca a inflação esteve tão baixa na Venezuela, deflação, até; inflação do Japão, do tamanho de pinto de japonês.
Nunca a Fome passou tanta fome na Venezuela, uma verdadeira cornucópia do Mercosul, nunca a Miséria viveu em tamanha pindaíba quanto hoje na Venezuela, há mais famintos e miseráveis na Finlândia que na Venezuela de Maduro.
Nunca o IDH, o Índice de Desenvolvimento Hugochavista, alçou tal voo quanto na Venezuela de Maduro, indo mesmo, audaciosamente, aonde nenhum país sul-americano jamais esteve. Nunca houve na Venezuela - quiçá no mundo - tamanha liberdade de expressão e de imprensa. Quarenta e tantas rádios fechadas numa única semana? Fake news. Tudo fake news. Um complô dos ianques para desacreditar o exitoso modelo venezuelano.
Tamanhos são os níveis de conforto, segurança e democracia no país de Maduro que o venezuelano, como qualquer outro ser humano, muitas vezes sente falta de alguma dificuldade em sua vida, de superar um desafio, um obstáculo, de alguma privação que o faça se reinventar, de evoluir como pessoa.
Tamanho é o tédio da boa vida proporcionada por Maduro aos seus concidadãos que eles fogem em massa para o Brasil. Não se sentem bem em viver numa redoma de luxo, os venezuelanos; não enquanto os seus vizinhos de fronteira sofrem as maiores escassezes e exiguidades sob o jugo de um fascista, de um genocida.
Fogem para o Brasil, os venezuelanos. Vêm se solidarizar e trazer sua empatia para os que têm menos. Nos países nórdicos - dizem - , já nascer com a vida ganha, não ter que jamais se preocupar se os filhos terão boas escolas, boa saúde e segurança, não ter que ralar pela sobrevivência, leva a altas taxas de suicídio. Nascer com o burro já na sombra traz um tal marasmo para o cotidiano deles que eles não veem outra saída, que não o suicídio.
Os venezuelanos, talvez por sua formação cristã católica, que vê o suicídio como um pecado mortal, não chegam ao extremo do autoextermínio, optam por uma penitência menor. As suas nababescas condições de vida os levam a migrar para o Brasil, em autoexílio, em autoflagelo para expiarem a culpa na alma que carregam por serem tão privilegiados, a culpa de terem tanto sem ter feito nenhum esforço, enquanto outros não têm nada.
Tão bom e atencioso é Maduro para com seu povo, que ele não se preocupa apenas em manter a qualidade Fifa de todos os serviços públicos venezuelanos. Maduro se preocupa até com as pequenas coisas da vida, ocupa-se em agrados ao seu povo, em mimos. Não que os pais venezuelanos não tenham condições de presentear seus rebentos no Natal, é obvio que têm, mas Maduro, ainda assim, os livra desse gasto supérfluo. Maduro mesmo presenteia milhões e milhões de sortudas crianças venezuelanas em todos os Natais. 
Maduro adora as crianças. Se as atribulações inerentes ao seu posto de presidente da república não lhe tomassem tanto tempo e empenho no sentido de manter o suíço padrão de vida de seu povo, Maduro diria : deixai vir a mim as criancinhas. Mas como as criancinhas não podem ir a Maduro, Maduro vai às criancinhas.
Neste Natal, além dos tradicionais carrinhos de brinquedo, bolas e ursinhos de pelúcia, a sortuda gurizada venezuelana recebeu um boneco, uma figura de ação do maior super-herói da Venezuela, um Capitão América lá deles, o Superbigote, y su mano de hierro.


Valham-me São Tom Selleck e São Belchior!!! E a meninada recebeu o Superbigote e também a sua fiel escudeira e companheira de causas e lutas Cilita, inspirado em Cilia Flores, primeira-dama venezuelana.
O Superbigote vem com um capacete e com óculos de proteção, acessórios que remontam a origem operária de Maduro. E uma de suas mãos é de ferro, para ilustrar a sua conhecida forma de governar. 
Para nós, pode parecer novidade, para mim, pelo menos, foi. Mas o Superbigote é popularíssimo na Venezuela, um desenho animado a contar suas aventuras é exibido há tempos na TV Estatal. Como todo super-herói que se preza, o Superbigote tem o seu arquirrival, o seu Lex Luthor, o seu Caveira Vermelha. É Donald Trump, ex-presidente dos EUA, que envia dinheiro e armas para os aliados com o objetivo de derrubar o grande império venezuelano.


A ideia do Superbigote, é claro, lançou sementes aqui em solo brasileiro, terra em que se plantando tudo quanto é merda dá. Como em tudo Lula deseja mimetizar Maduro, parece que o Seboso de Caetés já pôs os seus assessores à rua, à procura de uma empresa de brinquedos que queira confeccionar a sua figura de ação, o Superpixuleco. Tudo sem licitação, tudo superfaturado, claro.
Algumas ideias já surgiram para o boneco. Ele viria, por exemplo, com duas opções de traje : para o dia a dia, um macacão azul marinho de operário; para as ocasiões mais formais, um terno de cerimônia listrado horizontalmente de preto e branco. O Superpixuleco também acompanhará um torno mecânico com um dedo mindinho preso às sua engrenagens e o carro oficial da presidência, uma viatura blindada da PF.
A primeira-dama Janja, é claro, também terá a sua  boneca. Inflável.
Pãããããããta que o pariu!!!!!

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5 Comentários

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  2. Carajo! Eu odeio o Nicolás. E acho que um dos acessórios do boneco deveria ser um colete a prova de balas. Pããããtaquipareu!!!!!!!!!!

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  3. Como dizia a Dona Bela, da Escolinha do Professor Raimundo, "você só pensa naquilo..."
    Mas, de fato, suponho que o Maduro, quando jovem, fosse um sujeito bem-apessoado, tipo um latin lover, um daqueles galãs de novela mexicana. Já o Lula sempre esteve mais para figurante de filme do Zé do Caixão.

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  4. Rapaz, também não vou com as fuças de Boulos. Se Lula é o Sapo Barbudo, Boulos é o girino barbudo, um aprendiz de mafioso. Perigosos? Se até nós, eu e você, meros mortais, sem poder nenhum podemos ser perigosos se quisermos, ou mesmo nos descuidarmos, imagine só esses caras.

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  5. Concordo com você. Na área econômica, ele e o Guedes, deram conta direitinho do recado. Países com economias muito mais fortes que a nossa, lastreadas no dólar e no euro, levaram um baque tão grande ou maior que a gente durante a pandemia.
    Sim, se ele ao menos tivesse demonstrado algum tipo de empatia, de solidariedade (ainda que ensaiadas, ainda que falsas) durante a crise do vírus chinês, ao invés de falas que beiravam o deboche, poderia ter ser reeleito, sim.

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