A Democracia é Uma Merda

A dois meses dos pleitos eleitorais de 2014 - que elegerão governadores e deputados estaduais e federais - e começou o desfile de aberrações, começou o circo de horrores; a dois meses das eleições e o capeta deu férias pro porteiro do inferno, saiu com o Cérbero para ele fazer um cocozinho na rua, emitiu indulto eleitoral para os seus condenados.
De uns tempos para cá, em todas as eleições, vários "famosos" fracassados, inúmeras subcelebridades falidas, confiantes nos restos de suas rídiculas notoriedades, arriscam-se nas urnas de nosso Brasil varonil. 
E tem de tudo, a fauna é a mais variada e esdrúxula possível. E a mais triste, também. Uma vitrine bizarra de quanto o Brasil está longe da verdadeira democracia, um mostruário não só da nossa ignorância e da nossa falta de seriedade com tudo, mas, principalmente, um painel grotesco de como nos orgulhamos de nossas ignorância e falta de seriedade, de como gostamos de festejar, de celebrar o nosso subdesenvolvimento.
No Brasil, para o sujeito ser candidato a um cargo eletivo, basta-lhe ter a idade mínima, ser brasileiro nato e filiado a algum partido; nem o fato dele, eventualmente, ser réu em algum processo, impede-o de se candidatar, está cheio de fichas-sujas por aí, sendo eleitos e assumindo seus cargos. Sou contra essa merda toda.
Para concorrer a algum cargo eletivo, de vereador a presidente da República, o cara, no mínimo, teria que possuir formação superior em áreas concernentes ao bem cuidar do interesse público. Graduação em Direito deveria ser pré-requisito básico, à qual poderiam se juntar Ciências Sociais, Administração Pública etc, e não valeriam cursos à distância.
Mas não. Não são necessárias quaisquer competências e habilidades. Vai daí que o que mais aparece são, justamente, incompetentes, semianalfabetos, verdadeiras cavalgaduras. De cantor de forró a jogador de futebol; de palhaço a travesti; de pastor a pai de santo; de radialista a atriz pornô.
Abaixo um pequeno e terrível vislumbre do que nos aguarda nos próximos horários eleitorais gratuitos.
Diego Alemão (ex-BBB, seja o que isso signifique, ou deixe de significar), Kid Bengala (ator pornô pé-de-mesa), Doctor Rey (cirurgião plástico e apresentador de reality show) e Kleber Bambam (também ex-BBB). 
Outros, que para a nossa sorte não aparecem na foto : Sula Miranda (cantora sertaneja), Leila do vôlei (ex-jogadora de vôlei), Ricardo Machhi (cigano Igor), de novo o Tiririca (palhaço e abestado), Marcelinho Carioca (ex-jogador de futebol), o atual vereador da cidade de São Paulo, Markito (o homem que não tem mosquisto e sparring do Ratinho, Castrinho (o humorista Geraaaaaldo) e até o astronauta Marcos Pontes.
Todos com suas candidaturas já aceitas e devidamente registradas no TSE. 
Às vezes, bem às vezes mesmo, naqueles momentos de bobeira, naqueles instantes fugazes de um incipiente remorso cívico, fico pensando se estou correto em minha atitude, tomada desde 1994, de anular meus votos, todos eles, de presidente a vereador. 
Mas, ao aceitar como legítimas as poucas candidaturas citadas a simples exemplos e mais uma infinidade de outras assemelhadas, a própria Justiça Eleitoral se incumbe de dissipar minha esporádica dúvida, se encarrega de me livrar de qualquer remordimento pelos meus votos inválidos.
Se alguém se interessar em ver as fichas de inscrição dos distintos candidatos, com seus dados pessoais e declaração de bens, é só clicar aqui, no meu poderoso, embora já cansado, MARRETÃO.

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2 Comentários

  1. eu acredito que devemos votar, votar, votar até o saco encher e depois continuar votando.Jogar voto fora é um protesto mas não resolve porra nenhuma. Votar no menos pior é que é a saida

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    1. Então, vou votar no Kid Bengala, o candidato que é pau pra toda obra.

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