Nescachaça

Depois - muuuiiiito depois; aliás, já não era a hora - dos úteis e práticos leite e café, desponta no mercado um novo produto no setor dos liofilizados, dos solúveis, a birita em pó.
É a Nescachaça!
Acaba de ser aprovado, pelo Alcohol and Tobacco Tax and Trade Bureau, dos EUA, o Palcohol, a birita em pó. Segundo o fabricante, o álcool em pó é encapsulado molecularmente, e produz um drinque alcoólico quando misturado com água. Entre as opções, o Palcohol tem vodca, rum e mais duas outras bebidas alcoólicas, além de quatro coquetéis: Cosmopolitan, Mojito, Powderita e Lemon Drop.
Para a sua efetiva comercialização só faltam ajustes de caráter técnico-burocrático, parece que o teor alcoólico expresso no rótulo - 58% em pó e 12% depois de diluído a 100 ml - não condiz com o real. Frescura, pura frescura. Alguém acha que bêbado se importa com uns porcentinhos a mais ou a menos?
Mas parece que o produto não é novidade, na Alemanha já existe um produto similar, o Subyou, e na Holanda, o Booz2go
No entanto, não há previsão para a chegada do produto ao Brasil, nem mesmo manifestações de interesse por parte da empresa estadunidense de por aqui comercializá-lo. E nem precisa. Quero que os estadunidenses dissolvam seu Palcohol, congelem-no e enfiem em vossos estrelados e respectivos cus. Que, pra tomar cachaça, o brasileiro não precisa da ajuda de ninguém, não precisa importar tecnologia.
Corre pela internet uma receita de como fazer o seu próprio mé em pó. Receita que, nunca me esquecendo do caráter de utilidade pública do Marreta, ajudarei a divulgar agora. 
O segredo é você usar um produto na forma de pó que absorva o álcool e continue a ser um pó. E isso existe? Sim, e é de fácil obtenção. É a maltodextrina, uma forma hidrolisada do amido; em suma, um carboidrato composto por moléculas de glicose, encontrado em farmácias ou lojas de suplementos alimentares.
De posse da maltodextrina e, lógico, da cachaça que quer tornar em pó, um bom rum, por exemplo, é só ir adicionando lentamente a bebida ao pó branco, pode-se usar um liquidificador para a mistura ficar mais homogênea. Quando a mistura começar a formar grumos, pelotas, o que significa que o pó já está saturado, adicione mais um pouco do pó para eliminar os grumos e seu mé em pó está pronto. A receita que corre pela net sugere 50 ml de bebida destilada para 150 g do pó. Depois é só acondicionar a birita em pó em envelopes ou saquinhos plásticos e carregá-la, segura e discretamente, para onde julgar que ela lhe será de grande urgência.
É o soro caseiro do bebum!!! O bebum começou a ficar desidratado, é fácil. Esteja onde estiver, sem que ninguém suspeite de que ele vai dar uma boa duma talagada, ele abre seu envelopinho de soro caseiro, dissolve e emborca. Pronto, tá reidratado, tá calibrado.
O autor da receita só não recomenda fazer a birita em pó com a cerveja ou outras bebidas mais diluídas. Seria preciso uma quantidade muito grande de maltodextrina e o teor alcoólico final seria muito baixo. Também o cara querer fazer cerveja em pó, é de cagar. Cerveja é praticamente água. Fica parecendo aquela velha piada do cientista português que inventou a água em pó, a solução para o problema das regiões assoladas pela seca. Bastaria colocar o produto português em um copo e, obviamente, adicionar uns tantos mililitros de água. Sem graça pra cacete!
Há um enorme leque de usos cotidianos para a birita em pó. 
Aniversário de crente. Quem é que nunca caiu numa arapuca desta, aniversário de crente? É festa de camelo, ninguém bebe. Numa dessa, o bebum não se aperta, tira sua dose de rum em pó (acredito que aqueles saquinhos plásticos para xup xup sejam bem adequados para o acondicionamento), mistura com coca-cola e tem uma bela e redentora cuba libre. Aliás, coca-cola, não. Baré cola, que crente compra é baré cola. Umas três ou quatro cubas e o bebum canta até o "derrama, senhor, derrama, senhor, derrama sobre ele o seu amor", na hora do parabéns a você.
Cafezinho na casa da sogra. Numa grande xícara de café, jogue a sua dose de whisky em pó e terá um reconfortante café irlandês. Se a sogra estranhar e quiser especular, saber o que é, sogra sempre especula, basta dizer que é um adoçante especial, receitado pelo seu médico.
No trabalho. De uns tempos para cá, virou moda, por incrível que pareça, uma moda boa, as pessoas carregarem garrafas com água em seus locais de trabalho, os chamados squezzes. É só você dissolver o pó de sua preferência e ir consumindo ao longo de sua faina diária. O serviço sai até melhor, ou, pelo menos, mais divertido.
Pode ser consumido também in natura. Lembram do Dip n' Lik, o pirulito em pó anunciado pelo Bozo? Era um saquinho com açúcar colorido e aromatizado que vinha com uma haste de plástico junto. A criança lambia a haste plástica, enfiava no açúcar e lambia de novo, enfiava e lambia. O produto virou "maldito" depois de boatos que diziam que ele continha um pouco de cocaína, como forma de viciar as crianças. Pois então, o bebum pode colocar o mé em pó num saquinho de Dip n' Lik e ir se embriagando de forma lúdica, recordando-se da doce e perdida infância.
Pois fica aqui a dica do Azarão. Devem existir inúmeras outras aplicações da birita em pó, é só usar a imaginação, que, aliás, funciona bem melhor depois de umas doses. Se pensar em  alguma outra, conte para mim.
Fonte : HypeScience

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