Desde 2011, mais ou menos por essa época do ano, aproveitando as temperaturas mais aprazíveis da primavera nova-iorquina, o que para eles lá significa aragens de 10ºC, 15ºC, um clube de leitura muito peculiar (e gostoso) se reúne nos gramados do Central Park, um grupo de amigas que cultiva o hábito da leitura ao ar livre. E com as tetas de fora.
É o Outdoor Co-Ed Topless Pulp Fiction Appreciation Society (sociedade do topless para a apreciação de Pulp Fiction ao ar livre). As moças encontram-se para debater sobre seu gênero literário favorito, o Pulp Fiction - histórias de fantasia, policial e ficção científica publicadas em papel de baixa qualidade - e, lógico, para fazer topless, balangar a peitaria.
Essas valorosas mecenas das letras mostram que ler não tem nada de chato; antes pelo contrário, que ler pode ser um tesão. E tem melões de todos os tipos e para todos os gostos.
Mas, claro, sempre tem que haver uma "justificativa cabeça" para ficar pelada, uma premissa de cunho social, filosófico e educativo, que se pretende, muito mais que simplesmente exibir as mamadeiras, à discussão e à conscientização da mulher para o real papel de sua figura na sociedade contemporânea, a fornecer subsídios intelectuais para que a mulher se torne efetivamente dona de seu próprio corpo, sinta-se à vontade com ele, exerça-o plenamente, para que ela própria, a mulher, se desvencilhe dos estereótipos da vil opressão machista.
Alethea Andrews, uma das fundadoras do grupo, conta que, em 2011, ela e uma amiga sua do peito discutiam o porquê das mulheres nova-iorquinas não exercerem o direito ao topless, apesar dele ser permitido na cidade de Nova Iorque. Chegaram à conclusão que o motivo das nova-iorquinas circularem pelas ruas da cidade com os peitos vestidos era a desinformação. Daí para a criação do Outdoor Co-Ed Topless Pulp Fiction Appreciation Society foi um pulo. O clube se formou mais rápido que o desabotoar de um sutiã.
"Então montamos um grupo para podermos fazer topless juntas.
Transformamos num clube de leitura porque amamos livros e amamos passar
nosso tempo com outras pessoas que amam os livros", explica Andrews.
"Queremos abrir os olhos das pessoas ao fato de que é legal para as
mulheres fazerem topless e de que o corpo da mulher não é mais
vergonhoso ou mais sexual do que o do homem", continua a moça. "Escolhemos a 'pulp fiction' como nosso gênero porque é divertido e
porque as mulheres das capas dos livros quase sempre estão
escandalosamente despidas, como nós".
Discordo de Alethea. É claro que o corpo feminino é mais sexual do que o do homem. Tem mais reentrâncias, mais recônditos, mais mistérios. E vejam como Alethea quer provar que corpo é simplesmente corpo, independente do sexo a que pertence : escolhe como tema de suas leituras a apreciação de um gênero em que as mulheres aparecerem peladas e fortemente erotizadas.
E a moça, que tanta atenção queria chamar para o topless, reclama agora da notoriedade conseguida. Depois que o grupo teve suas fotos publicadas no site "Huffington
Post", as moças se incomodaram com o assédio da imprensa e não
permitiram mais a presença de jornalistas nos encontros : "Não queremos que nossos eventos tranquilos se tornem um circo midiático", diz Andrews. Perguntas, agora, só por e-mail.
Pããããta que o pariu!!! Exibem a peitaria em praça pública e não querem que o evento seja "transformado" em circo? Já é um circo, minha cara. E que graça tem fazer perguntas para uma peituda via e-mail? Será que ao menos elas deixam a webcam ligada?
Mas não estou reclamando, não. De forma alguma. Muito pelo contrário. Dou o maior apoio à iniciativa das moças. E faço sinceros votos de que inspirem outros grupos pelo mundo. Acho mesmo que elas deveriam receber verba pública do ministério estadunidense da educação, por tamanho incentivo à leitura.
No Brasil, porém, país de pouquíssima leitura e, por isso mesmo, de menor ainda educação, onde a ignorância vem de berço esplêndido, creio que o Ministério da Saúde é que deveria subvencionar iniciativas feito a das nova-iorquinas. Complementarmente à louvável e bem-sucedida (e, nesse caso, falo sério) Campanha de Aleitamento Materno, caberia ao Ministério da Saúde implementar a Campanha de Aleitamento Literário. Ler também é saúde, mens sana..., também nutre, você tem fome de quê?
Publicidade governamental com peitudas a ler um grosso calhamaço deveria ser veiculada na TV, em horário nobre. Cartazes com peitudas a nos conscientizar dos benefícios da leitura deveriam estampar as paredes dos postos de saúde, das escolas, das bibliotecas e das repartições públicas, ser afixados em supermercados, bancas de jornais, nas paradas de ônibus. Só não digo que devessem virar aplicativos para celular porque quem vive grudado em celular não tem mais salvação, o cérebro cozinhou, jamais adquirirá o hábito de leitura. E, digo mais, talvez nem o gosto por uma bela peitaria. Vejo uns jovens por aí que, claramente, têm mais prazer em manipular e digitar em seu celular o dia inteiro do que dar umas apalpadelas nuns peitos, do que dar uma boa buzinada em fartas mamas.
Abaixo, duas amigas, de forma serena e idílica, dividem a mesma toalha durante a fraternal leitura.
Outras duas, mais dadas à discussão e à polêmica, debatem sobre seus livros de forma mais acalorada.
Ah!!! E ainda tem mais. Do principal, eu já ia me esquecendo. Alguns dos saraus literários das moças também podem acontecer em ambientes privados, em coberturas de prédios, geralmente. Nessas ocasiões, aos livros, são adicionadas algumas garrafas de um bom espumante e elas podem tirar toda a roupa. Topless - que são os peitos sem nada a cobri-los - e bottomless - que é o "butão" sem nada.
Aí, sim! Aí é que a coisa pega! Aí é que o verdadeiro objetivo do Clube do Livro se revela. É o rock das aranhas, meu velho!!!
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