Bem-Vindas As Cinzas E A Calmaria

Passados os temporais,
Consertam-se as telhas quebradas,
Lavam-se as calçadas enlameadas,
Recolhem-se os destroços da enchente,
Põem-se de pé os ossos
(o que se há de fazer?)
E se segue em frente.

Passados os carnavais,
Desentopem-se as calhas das serpentinas,
Colocam-se ao sol os colchões :
Tirar-lhes os ácaros e as colombinas,
Arrancam-se da alma as Venezas,
Despelam-se do rosto as máscaras negras,
Escovam-se os confetes dos dentes, 
Põem-se ao chão as fantasias, os sonhos
(o que se há de fazer?)
E se segue em frente.

Passados os temporais, os carnavais,
Somos retalhos de cetim
E passados atemporais.

Postar um comentário

1 Comentários

  1. Porra, Marreta! Virou só poeta agora? Desde dia 17 é só poema? Cadê as marretadas, porra!

    ResponderExcluir