Não Me Mandem Salmos

Chega essa época do ano e é sempre a mesma palhaçada, minha caixa de e-mails fica entupida das abomináveis mensagens de Natal. Via de regra, são aquelas apresentações de powerpoint, com uma musiquinha irritante e repetitiva, e um presépio como pano de fundo sobre o qual vão se alternando as mensagens cristãs, as frases de amor entre os povos, invariavelmente salmos bíblicos.
A coisa foi ainda pior esse ano. Tive o azar da minha postagem "Os Dobermans de Cristo" ser lida por um rapazinho desses grupos de jovens católicos e o beato encarnou em mim. Não está escrito em nenhum gibi o que eu já recebi, na forma
de comentários aqui no blog, de frases cristãs desse rapazinho e seu grupo de carolas. Tentando abrir meus olhos para a fé, querendo me catequizar, ora até recorrendo à ira divina que recairá sobre minha cabeça caso eu não me converta.
Frases e mais frases de um total vazio e da lavagem cerebral que esses meninos sofrem. Cânticos e mais cânticos, louvores e mais louvores, hosanas e mais hosanas, e, sobretudo, salmos e mais salmos, os hediondos salmos.

Que meus inimigos, como é o caso desse grupo de jovens católicos, dessa pequena gestapo de Cristo, enviem-me salmos, eu entendo perfeitamente, é mesmo uma bela duma sacanagem comigo. Porém, tenho amigos, pessoas de minha estima, que també
m entram nessa. Sabem que não compartilho da fé no inexistente e ainda assim me desejam um próspero ano novo através dos nefandos salmos.
Já disse várias vezes a eles : querem me desejar um feliz natal? Mandem-me uma garrafa de whisky. Na impossibilidade do whiskão, pelo menos, por favor, não me mandem salmos.

Não me mandem salmos.
Mandem-me Salmas. Salmas Hayeks !!!

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