O Criador de Porcos

A sociedade brasileira não valoriza o conhecimento, a dedicação aos estudos, o saber conseguido arduamente - o único que permanece -, ninguém aprende nada que preste brincando, à merda com o tal do lúdico, se alguém já te disse alguma vez que aprender é divertido, foi porque essa pessoa também estava mais a fim de se divertir do que lhe ensinar;
os meios de comunicação só valorizam o fútil, a degradação moral, a vagabundagem e a putaria;
a própria família brasileira só vê a escola como um lugar que toma conta de seus filhos enquanto os pais trabalham, a escola tem de guardar, zelar, alimentar, dar a educação que os pais deveriam dar em casa e, caso sobre tempo, mas só mesmo em último caso, ensinar algo sobre as áreas básicas do conhecimento humano.
Resultado disso tudo: o aluno não presta atenção às aulas e muito menos estuda em casa; vai mal na prova, é óbvio.
E aí, claro, a culpa não é do vagabundo ou de sua família que não o cobra, claro que não. A culpa é do professor, que não sabe ensinar. Pior, que não sabe avaliar, nas palavras de uns peidagogos filhos das putas. Segundo essa corja, se o aluno vai mal é porque a avaliação foi errada. Segundo esses escrotos, é impossível que o aluno não tenha absorvido nada. Eu lhes asseguro: é possível sim.
Avaliação errada... ora, vão todos à porra.
Se eu domino um assunto, podem me avaliar da maneira que for, eu irei me sair bem. Não tem nada de avaliação errada, o que há é a mais pura falta de conteúdo.
As direções das escolas, outra corja a ser extirpada, apoiam tais ideais peidagógicas, põem tudo no rabo do professor. É mais fácil dizer aos pais, sempre com o ECA (estatuto da criança e adolescente) nas mãos e dispostos a processar o primeiro que falar mal de seus delinquentes, que o professor é quem está falhando.
O professor não é capacitado, o professor não sabe ensinar e, de uns tempos para cá, o professor não sabe avaliar.
Isso me lembrou a história do criador de porcos.
"O cara criava lá seus porquinhos até que, um dia, recebeu a visita de um agente da vigilância sanitária. O agente criticou as condições de higiene dos chiqueiros e perguntou o que os porcos comiam. Comida de porco, respondeu o criador, lavagem, a gente vai junto restos de comida num tambor e depois dá para os porcos.
O agente ficou indignado. Onde já se viu tal descuido, disse ao criador, aquela comida podre toda fermentando, podia criar uma bactéria mortal e afetar a saúde do consumidor. Multou pesadamente o criador.
Passado um tempo, o agente voltou e os chiqueiros estavam todos azulejados, desinfetados, com água encanada e etc. Perguntou novamente o que os porcos comiam. Foi informado que agora os animais tinham só vegetais frescos, abóboras, alfaces, pepinos, mandioca, todos vindo diretamente do CEASA. Foi multado de novo, ainda mais pesadamente. Chega a ser um crime, disse o agente, com tanta gente, com tanta criança passando fome por aí e os porcos comendo do bom e do melhor.
Na terceira visita do agente da vigilância, inquirido sobre o cardápio dos porcos, o criador respondeu : - eu não estou dando mais comida nenhuma, eu dou 10 reais na mão de cada um e eles vão comer onde quiserem."
O peidagogo é o agente da vigilância sanitária, não sabe porra nenhuma de criar porcos e fica dando palpites: não é assim que se dá aula, não é isso que tem de ser ensinado, não é assim que se avalia e blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá.
Eu, há alguns anos, venho fazendo o mesmo do criador dos porcos.
Eu não dou mais provas, não dou mais notas vermelhas, não cobro que o vagabundo estude, nada disso. Eu chego e dou a minha aula, com competência, qualidade e conteúdo, como sempre fiz.
E o aluno que faça com ela o que bem entender.

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