No Governo do Amor Venceu, Cu Vira Caixa Eletrônico

Lula é burro. Mais jegues, só mesmo os que nele votaram. E, pelo visto, também a equipe do Nove-Dedos responsável por organizar a agenda presidencial.

Segundo as nossas impolutas, infraudáveis e inquestionáveis (sob risco de xilindró) urnas eletrônicas, no transparentíssimo pleito de 2022, Lula estourou a boca do balão no estado da Bahia, venceu com 72% dos votos válidos na terra do axé e do abadá.

Lula ganhou em quase toda a Bahia, menos em uma específica região : o extremo oeste baiano. Região de pujante desenvolvimento econômico, de viçosa prosperidade impulsionada pelo agronegócio, região de gente trabalhadora, portanto.

E, em casa de trabalhador, vagabundo não se cria. Em terras em que pais e mães de família provêm o sustento de seus filhos e de suas casas com o valor de seu trabalho, de sua capacidade produtiva, picaretas feito Lula são vistos como personas non gratas. Lula e os seus só prosperam em território de indolentes.

E foi justamente para essa exemplar região da Bahia, mais precisamente para o município de Luís Eduardo Magalhães, onde teve início, no dia 06/06/23, a Bahia Farm Show, a maior feira do agronegócio do Norte e Nordeste, que os assessores de Lula o enviaram. Ainda por cima : para que o Sapo Barbudo fizesse o discurso de abertura oficial da Feira. Ou seja, a equipe do Seboso de Caetés o jogou na cova dos leões, ou, o que é pior para Lula, em casa de gente de bem. No meio de trabalhadores cuja atividade, o agronegócio, o setor da economia que ainda mantém esta merda de país de pé, Lula e sua malta vermelha denegriram e demonizaram durante sua última campanha eleitoral.

Não deu outra : logo à entrada da Feira, Lula foi recebido com uma saraivada de vaias e rajadas de gritos de "ladrão". Mas só nos portões da Feira. Porque dentro do recinto tudo estava calmo para Lula. A abertura da Feira, a seguir os rumos da pré-ditadura que já está a ser imposta no país, não foi extensiva a todos, o discurso inaugural do descondenado foi um evento restrito apenas aos companheiros e aos camaradas, só para apoiadores de Lula, só para a turma da claque. Os populares presentes foram deixados de fora do recinto, foram barrados no baile pelos seguranças fortemente armados do vosso presidente.

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL), que também foi barrado na abertura, foi um a denunciar a festinha privê de Lula em suas redes sociais : "Lula não quer encontrar com o povo. Ele está aqui para fazer o showzinho dele fechado. A verdade é esta: a Farm Show está fechada. O povo de verdade não pode entrar. Se entrar, ele  vai ser vaiado. A Bahia não aguenta mais".

Segundo informações do jornalista Jairo Costa Junior, do Correio 24 horas, o Cerimonial do Palácio do Planalto optou por uma solenidade restrita a 1.200 pessoas previamente credenciadas, entre autoridades, convidados e profissionais da imprensa. Ou seja, apenas para os cupinchas do presidente.

Lula é burro. Mas mesmo o burro, de tanto apanhar, ou acaba por aprender ou passa a fingir que aprendeu alguma coisa, que mudou de opinião. Diante de tantos reveses com o pessoal do agronegócio, Lula começa a acenar-lhes com uma trégua, com ofertas de paz e de conciliação. 

No mesmo dia 06/06, em que Lula foi fragorosamente vaiado e adequadamente adjetivado pelos cidadãos luiseduardenses, o Governo Federal, através do Banco do Brasil, anunciou a liberação de verbas e de crédito para o agronegócio : o Banco do Brasil vai patrocinar a Parada Gay de São Paulo e acaba de lançar um cartão de crédito para pessoas trans, o Ourocard Orgulho, com as cores da bandeira do arco-íris e o nome social do indivíduo(a)(e)(x). E, provavelmente, com fundos sem limite.

Ora, direis, estás a delirar, Azarão? Os remédios que estás a tomar, juntamente à abstinência etílica, estão a lhe pôr insano de vez? Nada disso. Nunca estive tão lúcido.

O cartão trans será um enorme incentivo ao agronegócio. De posse de tal crédito, vão todos sair alegremente a enterrar e a plantar mandioca, nabo, cenoura, pepino, banana e outros hortifrutis. Será uma safra recorde!!! Além disso, como a grossa maioria do público LGBT, exceto a dupla Rosa e Rosinha, moram em cidades, em grandes cidades, o cartão trans será um grande incremento para a agricultura urbana, trará mais verde às nossas cinzas metrópoles.

Contaram-me, no entanto, em off, algumas más-línguas, que pequenos problemas relacionados ao cartão já foram relatados, nada muito sério, nada merecedor de grandes críticas, apenas pequenos erros de, digamos assim, logística, nada que pequenos ajustes não possam sanar.

Contaram-me que o(a)(e)(x) primeiro(a)(e)(x) trans a receber o cartão, quando o viu, fez muxoxo, cara de decepção, beicinho e disse :  - mas é cartão de aproximar? Eu quero é o de inserir!!!

Como eu disse, nada que não possa ser facilmente consertado.

O que me fez lembrar a clássica piada da bichinha - do Costinha, claro -, que, ao ser servida pelo garçon com uma porção de salaminho em rodelas, olhou bem para o bofe e disse : - tá pensando o quê, que o meu cu é cofrinho?

Pois agora é. 

No governo do amor venceu, cu virou caixa eletrônico.

Para representar essa iniciativa do Governo Federal, que visa a reaproximação com o agronegócio sem, no entanto, distanciar-se das minorias deste Brasil dantes mais varonil, foi escolhido o garoto-propaganda do cartão trans, o novo símbolo do agronegócio nacional, o Jeca Gay.

"E é verdade, é sim senhor, quem me contou foi um pescador...", "choreiii, largado!!!"