Frateroridade a Zé Mayer

As recentes investidas sexuais de Zé Mayer contra (ou a favor, depende do ponto de vista) uma figurinista da rede Globo insuflaram a ira das feministas desse nosso Brasil dantes mais varonil. Provocaram uma rebelião, um levante útero-vulvo-clitoriano das empoderadas de plantão. Detonaram mais um movimento de sororidade nas redes sociais : o #mexeu com uma, mexeu com todas.
Sim, caro e macho leitor do Marreta, você, embora provavelmente não saiba o significado, como eu também não sabia, leu certo : é sororidade, mesmo, e não solidariedade. E que porra é essa de sororidade? Pesquisei : "Sororidade é a união e aliança entre mulheres, baseada na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum; é o pacto entre as mulheres que são reconhecidas irmãs, sendo uma dimensão ética, política e prática do feminismo contemporâneo".
Ou seja, é a mesma coisa que solidariedade, porém, praticada, exercida e reconhecida apenas entre mulheres, entre as detentoras da famosa boceta de Pandora. As feministas não sentem empatia pelo gênero humano, apenas pelas mulheres, daí a "necessidade" de um tipo de solidariedade exclusiva para elas.
É que depois que Dilma Rousseff, em seu célebre e antológico discurso de exaltação à mandioca, dividiu a humanidade em Homo Sapiens e Mulheres Sapiens, todo e qualquer termo que se refira genericamente ao gênero humano, o Homo, passou a ser considerado politicamente incorreto, ofensivo e discriminatório, um instrumento verbal de dominação e de repressão porco chauvinista. Aliás, para o canalha e sempre mal-intencionado do politicamente, a ciência é incorreta e preconceituosa; o politicamente correto só aceita o senso comum.
Sororidade é derivada de sóror, feminino de frei, de frade - e sei que, aqui, já vai ter feminista ovulando de raiva, dizendo que frade é que é o masculino de sóror -, faz referência, portanto, à vida em comunidade exclusivamente feminina, à sensação de cumplicidade entre irmãs, ao irmanamento, à congregração e ao congraçamento em Cristo. Em suma : aquele lesbianismo abençoado por Deus e bonito por natureza.
Zé Mayer pisou na bola, é fato inconteste. Exagerou claramente na dose.
É que Zé Mayer é macho das antigas, e, como tal, possui dois centros de raciocínio, dois núcleos de pensamento : a massa fálica e a massa encefálica. Tendo predominado, nesse caso, a primeira.
Zé Mayer pisou no tomate, é fato. Cagou na retranca. Ele próprio já o admitiu e se desculpou em carta à imprensa. Errar é humano e perdoar é divino, dizem por aí; perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, diz o Pai Nosso. Cadê o amor, a compreensão e a caridade cristãos dessa mulherada do grelo duro, que, por muito tempo ainda, insistirão em crucificar Zé Mayer? Pelo pinto, de preferência.
Zé Mayer errou na medida, é fato. Mas acredito que também não seja para tanto, que não justifique esse cavalo de batalha, esse dilúvio em um copo d'água. Até onde eu sei, ele não tentou agarrar ninguém à força, não fez chantagem, não ameaçou usar de seu prestígio e poder junto à emissora para prejudicar profissionalmente a moça etc.
E quem há de me provar que a moça não deu certas confianças, espaços e liberdades às investidas de Zé Mayer, que não deu certas trelas - ainda que não pretendesse chegar às vias de fato - por, simplesmente, se sentir desejada e com o ego massageado pelas cantadas? E que se arrependeu quando as coisas saíram do controle, do seu controle? Eu não estava lá pra ver. Eu mesmo já fiz isso no passado. Já dei trela a uma tal, que queria porque queria dar pra mim, só porque gostava das cantadas dela - me sentia valorizado -, embora nunca tenha considerado realmente em ir pra cama com ela, uma vez que, fisicamente, ela nunca me atraíra. E também me arrependo até hoje.
Quem avaliza e põe a mão no fogo pela índole e pelo caráter da moça, por suas lisura, isenção e idoneidade? Em que se baseiam a total credibilidade a ela e o absoluto descrédito ao galã? Em estereótipos, certamente. No estereótipo da mocinha ingênua e indefesa, sempre e somente paciente da oração, e nunca agente nem, ao menos, co-agente (a Chapeuzinho Vermelho), e no estereótipo dos personagens - dos personagens - encarnados por Zé Mayer ao longo de sua carreira (o Lobo Mau). Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mau? Querem estereótipos mais machistas? Que vergonha, meninas dos sovacos cabeludos.
Uma das frentes de combate do feminismo e de outros "movimentos sociais" não é justamente essa, a desconstrução e a erradicação dos estereótipos? Porra nenhuma. A luta das tais "minorias" é justamente o oposto. É a consolidação e a oficialização de estereótipos, os que são a elas convenientes, os de eternas vítimas, os que lhes concedem as credencias de credores sociais.
Para piorar ainda mais a sinuca de bico em que se meteu o veterano passador de rodo, Zé Mayer foi cantar logo quem? Uma mulher! Aí foi que a casa caiu de vez pro lado do galã. Aí foi que seu delito se transformou em crime hediondo. Se ele tivesse assediado um figurinista (ou figurinisto, se assim preferirem as feministas), ou um maquiador bichinha, a mesma imprensa que está a linchá-lo, estaria a entoar cânticos, hinos e loas a ele, estaria a exaltar e a louvar a coragem do ator em assumir sua sexualidade, ele viraria um ícone do politicamente correto.
Se sororidade é uma espécie de solidariedade restrita ao mulherio, como se chamaria uma que fosse estrita ao macharal? Bom, se sóror originou sororidade e é o feminino de frade(será que alguma suvacada vai reclamar de eu estar escrevendo feminino assim, no masculino, com "o" no final?), a aliança e o sentimento de empatia entre machos deve ser frateroridade, do latim frater - irmão pelo sangue ou por aliança, membro de uma confraria. Nem sei se esse termo existe. Se não, declaro-o, desde agora, nascido e batizado.
Assim posto, lanço agora um Movimento de Frateroridade a Zé Mayer. Deixo claro que não é, em hipótese alguma, um movimento de defesa à grande mancada do garanhão. Nada disso. É tão-somente  um movimento do tipo "ombro amigo", o ouvido que damos para um amigo chorar de arrependimento pela cagada que cometeu, o apoio moral que damos a um amigo que cometeu algo imoral e viu a merda que fez, que teve, digamos assim, o seu dia de fúria. É o imparcial e camarada benefício da dúvida.
E o lema do Movimento de Frateroridade a Zé Mayer já está pronto, com hashtag e tudo :
Pãããããããta que o pariu!!!!
Vida longa a Zé Mayer!!! Um dos últimos - e necessários - representantes do macho das antigas. Um dos últimos depositários, um dos últimos guardiões, uma das últimas cidadelas fortificadas do cromossomo Y.

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7 Comentários

  1. Grande amigo Azarão....não sabia q o senhor recusa mocréia......isso para mim é novidade. Rapaz, nós somos da época da Docente Indecente..... não pode perdoar muié feia não amigo, essas é que fazem o serviço bem feito....kkkkkkkk

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    1. Como disse uma vez um outro macho das antigas, o Stepan Nercessian, para cada três ou quatro jaburus que você pega,o Universo, em agradecimento, lhe presenteia com uma gostosa!!!!
      Nada como uma feiosa pra tirar o azar!!!!

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    2. Mas o senhor nem jaburu pega, quanto mais uma gostosa. Nem as professoras mal amadas o senhor agradava. Deve estar pegando só as bibas que escrevem aqui. Afinal, é o seu desejo de fazer sexo anal que está valendo.

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  2. Vc deve ser velho e broxa par escrever essas babaquices. Se tiver filha tá fudida

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  3. Até tive uma ligeira vontade de escrever sobre o caso do Zé, nem exatamente em defesa nem em ofensiva, apenas pra melhorar a disposição dos fatos ou por mera diversão de advogado. Acontece que textos justificativos são para mim demasiadamente enfadonhos, confundir sem dúvidas é melhor que ter de explicar. Concordo que o politicamente correto tem sido aplicado como uma nova santa inquisição em formato de censura e que a cada dia fica mais difícil discernir os limites do que é literal ou artístico de todo o resto. Fico com a impressão que tornou-se ilegal/imoral a arte poder imitar a vida ou a vida plagiar a arte. Pensar, ou pior expor seu pensamento, ao que parece passou a ser um pouco mais perigoso. Não sei sobre os seus argumentos e na verdade sou indiferente ao Zé; apesar de ser contra qualquer tipo de abuso e achar que nada justifica acho que em qualquer empresa na qual algo parecido ocorresse jamais as partes seriam expostas da forma que foram. E só pra constar menos ainda pela Globo que planejou, gerou e concebeu seu próprio rebento, modelo de galã e macho de respeito, o próprio Zé Mayer. " Então Deus deu e Deus tirou, bendito seja o seu nome." Plim-plim.

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