Soneto do Desprevenido

Eu lhe amo porque de me defender não houve jeito,
Amo porque de evitar não houve intenção, não houve intento
Porque quebrou o velocímetro em meu peito,
Fui multado porque, às suas placas, aos seus radares, eu não estava atento.

Eu lhe amo porque nunca pensei em lhe amar,
Houvesse pensado, teria me precavido.
Amo porque não consigo deixar de lhe amar
Porque não fui pai desse amor recém-nascido.

Eu lhe amo porque nunca imaginei que você viesse,
Amo-lhe como fosse a última da espécie,
Porque há muito queria amar sem porquê.

Eu lhe amo sem tempo, sem hora, sem ponteiro
Amo-lhe sem maquiagem, amo sua cara saída do travesseiro
Amo porque você é você.

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1 Comentários

  1. Muito bem, Marreta! Também gosta de sonetos mas estava escondendo jogo, né?

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