Soneto do Olfato

Esboço de barba a agulhar o rosto
Sou um velho decrépito de 30 e poucos anos
Não mais afeito aos prazeres mundanos
E não há outro tipo de prazer que o já acima exposto.

É que o desejo pelo prazer vem do cheiro.
São fundamentais a estampa, o paladar, a voz, o tato
Porém, todo o conjunto queda não houver beneplácito do olfato
O odor da pele é juiz e veredicto derradeiro.

As mulheres de minha idade ou pouco mais, cheiram a gavetas fechadas
A neuroses e irritantes notas de naftalina desafinadas
Aterrorizam o desejo, só atraem compaixão.

E o cheiro das mais novas
Ah! A fragrância e os olores das mais novas...
As mais novas fedem à traição.

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