Dia da Saudade

Quase me formei um químico. Beeeem quase. Cursei um bom curso de Química durante alguns anos, mas não o concluí; por inúmeros fatores, a maioria dos quais nem eu sei listar ao certo até hoje, não conquistei meu diploma, meu registro de alquimista.
Contudo, se hoje sou biológo por ofício, que é o que sustenta o corpo, em alma, sou químico, sempre o fui. 
Desde quando abria o armário de remédios de casa e misturava tudo, merthiolate com água oxigenada, iodo com o descongestionante nasal, vicky vaporub com pasta de dente, e assim por diante; desde que preparava minhas tintas com extratos sequestrados de pétalas de flores, desde que derretia pedaços de chumbo para encher caixas de fósforos e transformá-las em goleiros de jogo de botão, desde quando ganhei meu primeiro laboratório com 25 reagentes e manual (que tenho até hoje) com 100 experimentos.
Hoje, dia 18 de junho, é o dia do Químico. Claro que não me lembrei da data por conta própria, sou péssimo para elas, as datas, esqueço meu próprio aniversário, negligencio minha própria alma.
"Lembrei -me" dela através do blog Quimica Mix, do meu primo Leitinho, ele, sim, um químico de verdade, com diploma, doutorado e tudo. Em seu blog, ele registra e comemora o Dia do Químico.
Aí, não teve jeito, a merda da saudade veio, com tudo. 
Lembrei-me dos meus tempos lá na Química USP - RP, das pelejas no pingue-pongue e no bilhar no Centro de Vivência, ao lado da cantina do Seo Zé, dos meus tempos no Cenequi, o diretório acadêmico - sim, o Azarão já fez parte de um diretório acadêmico, eu era o segundo sub-secretário adjunto de alguma porra -, dos Jogos Interquímicas, da Semana da Química, que sempre acontecia em torno do dia 18 de junho, com muita festa, bebederia e, claro, mulheres, não que eu conseguisse pegar alguma, mas elas estavam lá. 
Aliás, pãããããta que o pariu, o Azarão nasceu na Química USP-RP, por obra e batismo de meu grande amigo Fernandão, outro químico, que me transformou - sei lá se para o bem ou para o mal - em grande parte do que me tornei.
Parabéns!!! E um abraço de tungstênio aos meus amigos Marcelo, Fernandão e Keler Margá, químicos com corações de ouro, que sempre me aturaram e me carregaram junto, sempre relevaram e suportaram meu mau humor ácido e oxidado.
Abraços, viadada!!!

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6 Comentários

  1. Grande Azarão,

    Fiquei muito feliz com sua homenagem ao dia do Químico. Ao seu jeito, é verdade. Longa vida à alma de químico. Você faz parte do nosso time!

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  2. Bem meu caro amigo "AZARÃO", amigo sim, apesar da sua eterna amargura....ainda bem que vc se acho nesse blog....para extravasar seu mau humor, parabéns para nossa geração que foi realmente uma geração de ouro naquela porra de curso. Se não fossemos nós nunca haveriam as histórias eternas.....(a docente indecente,os impagáveis interquímicas da vida.....graças ao Cinelli e ao cheque do Luizão, o turbante rosa do Margá, e muitas outras histórias mitológicas que a gente nunca se cansa de lembrar quando toma aqueles gorós. Parabéns amigo, e químico vc sempre foi mesmo...de corpo, alma e coração.

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  3. Fiz três períodos de Química na Universidade Federal de Uberlândia, posso dizer que conheço essa paixão. É bom saber que temos outras coisas em comum além das idéias e do fanatismo por Bukowski, Azarão!

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  4. Só você mesmo, Azarão, para me fazer lembrar dessas estórias. Foi uma época de ouro. Você e o Fernandão estarão sempre em minha memória. Um grande abraço para vocês.

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    1. Grande, Margá!!!! A bichona mais famosa de Mogi, e a mais mão de vaca! Saudades também.

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