Azarão, O Boca do Inferno dos Atuais e Tristes Tempos? (Ou : O Meu Muito Obrigado a Carla K)

Mantenho este blog, o Marreta, há mais de quatro anos, por uma razão básica : gosto de escrever. Gosto de ver uma ideia minha tomar a forma de um texto meu, seja a ideia boa ou ruim, seja o texto bom ou ruim. Gosto de ter ideias, fundamentalmente.
Sempre escrevi. Cartas a amigos, poemas, contos. Sempre gostei de travar contato com a palavra.
Foi quando me peguei sem tempo para uma escrita mais elaborada, como a de um conto, que surgiram-me com a sugestão do blog, seria uma maneira de não perder contato com a palavra.
Comecei, assim, o blog meio que de brincadeira, meio que sem saber nem como postar, formatar, botar figuras etc, comecei para escrever a meia dúzias de amigos, amigos que, eu tinha certeza, leriam-me e concordariam comigo.
Com o tempo, fui pegando gosto. Fui adquirindo prazer ver meu texto "publicado" num veículo, ainda que virtual. Os acessos ao Marreta foram aumentando, outras pessoas além dos meus quatro ou cinco amigos começaram a me ler - hoje, conto com um acesso médio diário de 250 visualizações.
Não é exagero dizer que o Marreta virou um vício para mim. Se passo dois ou três dias sem postar nada por aqui, começo a ficar inquieto, irritadiço, indócil. 
Se da minha profana santíssima trindade - cerveja, café e Marreta -, fosse-me imposta a escolha de única divindade a adorar, não teria dúvidas : abdicaria do sono tranquilo que a cerveja me proporciona, enfrentaria as retumbantes dores de cabeça que a ausência da cafeína me traz.
Ficar sem pensar, sem ter ideias, sem escrever, seria meu delirium tremens supremo.
Não bastasse o prazer pessoal que tenho de ver uma ideia criar forma, corpo e vida, volta e meia, tenho boas e reconfortantes surpresas que chegam através dos comentários feitos no Marreta.
Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, uma vez elogiou um texto meu, Da Inteligência e De Seus Usos, e recomendou o Marreta em seu twitter; um de meus poemas, O Criador de Gatos, foi lido por ninguém mais ninguém menos que Antônio Abujamra, em seu programa Provocações; mais recentemente, o jornalista consagrado e autor publicado José Pedriali publicou um texto meu, Caxirola : Agora a Taça do Mundo é Nossa, em seu blog e me mandou um e-mail dizendo, parabéns, você é craque; teve até um padre a elogiar meus escritos, e não um padre qualquer, o Prof. Pe Paulo, que é Mestre em Direitos Humanos pela UFPB e Doutorando em Direito pela UFPE; isso sem contar que boa parte dos meus 44 seguidores é composta de pessoas ligadas a jornalismo e  literatura.
Ontem, chegou-me outro elogio, dos maiores que pode haver.
Assinando Carla K, ela escreveu o seguinte:
"Olá, Azarão!
Gostaria de parabenizá-lo pelos textos, sou uma grande apreciadora da leitura e os seus me chamaram a atenção principalmente pela argumentação ousada. Para você ter uma ideia, achei-os tão interessantes, que outro dia levei um deles para a sala de aula (sou professora de português) o CAXIROLA: AGORA A TAÇA DO MUNDO É NOSSA. Como estou trabalhando com o período literário do Barroco, no Brasil, achei interessante levar para os alunos uma versão atual do Gregório de Matos Guerra (apelidado na época de "boca do inferno"), então apresentei você como o "boca do inferno da atualidade", não sei se lhe apetece o título, mas foi com boa intenção! Resultado: Os alunos aprovaram seu texto e ficaram surpresos com sua coragem em expor determinadas opiniões que nem todo mundo se atreve a divulgar. Referenciei seu texto devidamente, é claro, e sugeri que os alunos acessem seu site com mais frequência. Espero que você ganhe mais leitores com isso, pois eu já faço parte da lista. Sucesso pra você! Carla K"
Pããããta que o pariu!!! Se me apetece ser chamado de O Boca do Inferno, o expoente máximo de nossa poesia barroca, que desancava o clero e a nobreza?
É claro que me apetece, Carla K. É elogio em exagero, inclusive. Mas assim é que bom, elogio justo não chega a ser elogio, é apenas um reconhecimento. Elogio bom é feito o seu, exagerado, elogio superfaturado.
Aliás, não é a primeira vez que alguém da área de letras me relaciona com o Barroco. Em comentário a um texto meu, Um e Outro, Luiz Filho de Oliveira, do excelente blog Deleituras, poeta de verdade, disse : barroquisticamente moderno.
Gosto de escrever, sempre gostei, e tento fazê-lo da maneira mais correta que consigo, acho importante escrever corretamente, obedecendo ortografia, pontuação, concordâncias, regências etc, das quais nada sei, confesso; minha formação não é na área, mas sempre que escrevo, consulto dicionários, gramáticas e tabelas de conjugações verbais. Muitas vezes, muitas mesmo, fico em dúvida sobre a construção dessa ou daquela frase.
É bom ver que, se não acerto sempre, parece que tenho acertado bastante. 
Obrigado, de novo, Carla K. Só não sei, sinceramente, se o Azarão fará muito bem aos seus alunos... coitadinhos. Abraços.

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7 Comentários

  1. Direto das LEITURINHAS para o Boca do Inferno da Atualidade: agradeço a dedicatória no post de hoje e fazendo jus ao "elogio superfaturado" inseri seu blog como link indicado em: arquivoleiturinhas.blogspot.com.
    Quanto aos meus alunos, vou achar ótimo se seu blog "não lhes fizer bem" já que uma das funções de textos bem escritos (ao menos a meu ver) é incomodar. Os teus se prestam a esse efeito e torço para que incomodem bastante! Abraços! CK

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  2. Não tive a felicidade de escrever elogio tão eloquente como o da Carla. Mas fico feliz em ter sido minha pessoa a indicar o blog para ela e faço de suas palavras as minhas. Aliás. Como as coisas na internet se ligam e as conexões acontecem nos levando a temas de interesse comum. Conheci o blog exatamente por ter visto a citação no Blog do Pedriali, ao qual também acompanho! Mais uma vez, parabéns, e continue com a crítica ousada e pontual, sem perdoar a nada e a ninguém!

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    1. Mais uma vez, obrigado. E valeu pela recomendação do Marreta.
      Abraço.

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  3. Cuidado pra não explodir... Elogio demais faz mal, e, quase sempre, é exagerado. Nem é pra tanto, nós dois sabemos...

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    1. Nós dois quem, cara-pálida? Tava demorando para os invejosos darem suas caras mal lavadas, seus cus sujos.
      Acontece que a grande maioria dos blogs apenas reproduz o que os grandes veículos de comunicação publicam, são blogs ctrl c + ctrl v, que é a expressão pela qual, na informática, são conhecidos os citadores.
      No idioma de Steve Jobs, citador é ctrl c + ctrl v.
      Aparecer algo original na net(para o bem ou para o mal)sempre surpreende e, obviamente, gera comentários, entre os quais, alguns são elogios.
      Mas isso é algo que um citador não pode mesmo entender, que um mero reprodutor bem treinado é incapaz de alcançar, elogio ou crítica por ter ideias próprias.
      Aliás, reprodutor ou é touro, ou é vaca! Em qual dos casos você se encaixa?
      E tenho dito.

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  4. Azar!! Ora!! Estoure se for pra estourar!!!!

    Mesmo com meu blog parado...Sempre, mesmo que agora calado, dou uma passadinha por aqui.
    Fazendo jus ao: Eles vão me seguir aonde quer que eu vá.
    Tenho um enorme prazer de ter a ousadia de chama-lo de amigo... E de ter tido minhas aulas e intervalos com vc e mais um companheiro... Os dois mestres serão eternos em suas posições e pensamentos.Ao menos por mais algumas gerações... Penso;O quanto aqueles passarinhos aprenderam no estacionamento? E o quanto acredito que gostariam até de poder gargalhar...Não tem como escrever.
    Os frutos da Marreta do Azararão, são de agradar a muitos gostos. Alguns frutos mais amargos outros menos. Mais de agradar a quem pensar. Independente são belos frutos. Agora o Parabéns, e mais uma vez a admiração, sinceros do aprendiz!
    .

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    1. Grande Luan!!! Você anda mesmo sumido, agora que virou empresário do ramo de academias, um capitalista...tô brincando.
      E o bom e velho rum? Ainda pratica-o? Ainda singra e sangra em mares de rum?
      Acho que, na verdade, nós é que aprendemos com aqueles passarinhos do estacionamento, se eles riam de nós, ou conosco, eu não sei, sei é que, se bobeássemos, eles cagavam nas nossas cabeças.
      Apareça um dia desses por lá, na hora do intervalo, tomar um café.
      Abraços, amigão.
      Obs : quanto ao estourar, o que tem que estourar é o cu de quem escreveu o comentário, e na base da marreta!

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