Mais  uma "grande" descoberta da ciência. Steven Gangestad e Randy Thornhill,  da Universidade do Novo México, e  Christine Garver-Apgar, do Instituto  de Genética do Comportamento da  Universidade do Colorado, com certeza  há muito tempo sem pegar mulher, resolveram "descobrir" o que atrai as  mulheres num homem.
Descobriram  o que qualquer um, que não viva enfurnado em laboratórios, o que  qualquer um que se embebeda e sai à noite, à caça, já sabe há muito  tempo : mulher gosta de homem com cara de macho, com jeito de bicho.  Algumas, mais modernosas e ditas independentes, até afirmam publicamente  a sua predileção pelo tal homem sensível, o cara que chore com elas  numa comédia romântica, que as acompanhem a vernissages e faça  comentários inteligentes para orgulhá-la frente a seus amigos  intelectuais (leia-se gays) de óculos de aros grossos e retangulares,  que verse, converse e tergiverse sobre o prato francês que melhor  harmonize com aquele vinho chileno etc etc. Tudo encenação, tudo farsa.  Tudo balela. Mulher de verdade gosta de macho de verdade.
A  pesquisa mostrou que mulheres, sobretudo no período fértil, mostram-se  atraídas por exemplares masculinos de feições quase neandertais, queixo  quadrado e acentuado, mandíbula forte, olhos estreitos e sobrancelhas  grossas e bem definidas. Ainda segundo os pesquisadores, as mulheres no  período fértil sentem-se atraídas pelo George Clooney. É só você ter a  cara do George Clooney e o resto fica fácil. E fica mesmo.
Para  total desespero dos pesquisadores, outro dado coletado mostra que a  inteligência masculina não tem influência alguma sobre as mulheres em  seu período fértil. Óbvio, de novo. Mulher no cio quer pinto, pau,  piroca, rola, trabuco, pistola, tarugo. Fazer o que com um cérebro? 
Garver-Apgar  diz que a falta de um tesão semelhante pela inteligência masculina é  desconcertante. Entendo o desconforto desses cientistas. Cientista, em  geral, é aquele cara pouco agraciado fisicamente, pele tangendo o  translúcido, queixo à la Noel Rosa, quase imberbes, míopes de  microscópio, e que tem em sua inteligência a última - e ilusória -  esperança de se dar bem com alguma gostosa.
Tentarei  confortá-los, caros cientistas, de quem já fui simpatizante: no período  de cio da mulher, desistam, não há como para vocês. Depois ou antes  dele, contudo, vocês têm um tempo para pôr em prática a vossa tão  propagandeada inteligência. Bolem cantadas, arapucas e ardis para ir  enredando a mulherada, vão comendo pelas beiradas, vão aplainando o  terreno, vão cevando a pesca, que nos períodos de calmaria, a  inteligência é fator atrativo para as mulheres.
Mapa da mulher : período fértil, homem com cara de homem; períodos outros, inteligência.
Por sorte, eu tenho as duas coisas.
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