E Qual A Surpresa?

Saiu uma matéria na "Folha de São Paulo" com o seguinte título: "Só pública que seleciona aluno lidera Enem", dizendo que as escolas públicas com grandes êxitos no Enem são as que escolhem seus matriculados e contam com professores com pós-graduação.
Qual a surpresa?
Em qualquer atividade, seja ela qual for (física, intelectual, profissional, de lazer e etc), o êxito passa pela seleção dos mais aptos a ela. Não existe única atividade que seja "para todos".
Não há segredo: escolham os melhores e ponham os melhores para treiná-los.
Por que só na escola é que há um consenso de que tudo pode funcionar sem seleção e aprimoramento?
Escola para todos! Balela! Patifaria! Mais uma embromação do governo para tirar o dele da reta, no que ele é canalhamente apoiado pela hedionda e desprezível raça dos pedagogos.
Não é todo mundo que nasceu para estudar!!!
À maioria basta uma boa alfabetização, o cara não precisa e nem quer nada mais que isso. Alfabetizados, que sejam soltos no mercado de trabalho, do trabalho braçal, repetitivo, mecânico, que o mundo sempre foi assim : um pensando e algumas centenas executando. Para a maioria, já é o suficiente saber ler o itinerário do ônibus e chegar certeiramente em casa .
Basta um exemplo simples e cotidiano, um supermercado, só há um gerente, uma cabeça pensante, o resto é pra renovar estoque, arrumar prateleira, atender em balcão, trabalhar na caixa registradora (que para a sorte dos analfabetos, hoje faz troco automático).
Hoje, mais da metade de uma sala de aula do ensino médio já não deveria mais estar ali ocupando espaço, já deveriam estar cuidando da vida ao invés de atravancar o estudo dos que verdadeiramente são aptos a tal.
Quando comecei a estudar havia as salas "A", "B", "C", etc. Os filhos das putas dos pedagogos dizem que isso é discriminar. Não concordo. E se fosse? E daí? Discriminar é diferenciar, distinguir. Não somos diferenciados, classificados, rotulados, a nossa vida inteira? E há outro modo? Não, claro que não.
O que sei é que quem estava na sala "B" estudava feito louco para que no ano seguinte passasse para a "A", quem estava na "C", mais ainda. Para mim, isso é incentivar a produção do indivíduo, mas dizem que isso traumatiza, traumatiza é o caralho.
Os das salas "D" pra baixo, esses não tinham mesmo jeito, logo eram eliminados do sistema com seu diploma de alfabetizados, mas bem alfabetizados. Hoje, o aluno sai com 17 anos da escola mal sabendo ler.
E em relação à qualidade do quadro docente? Que tipo de profissional com ensino superior se pretende atrair para as escolas públicas com a remuneração inicial de 900 reais por uma jornada de 32 horas? Qualquer cargo público que exija 2º grau paga mais que isso.
Tem que haver seleção, sim. O resto é peidagogismo barato.
Ou se espera o quê? Que cada analfabetozinho, contando com a sorte e mil maracutaias, chegue, um dia, à presidência da República?
Não! Sinceramente, torço para que não.
Mas, para nossa desgraça cada vez mais crescente, isso até que é bem possível.

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