"Humanidades" Puxam Pós-Graduação No País

Matéria publicada hoje, em Folha Ciência, mostra aumento dos cursos de pós-graduação na chamada área de humanas em detrimento da chamada área de exatas ou tecnológicas. Primeiro que isso de ciência humana, exata ou biológica é uma puta duma idiotice, parece até classificação feita por alguém das humanas. Idiotice, sim. Quem estabeleceu os fundamentos, conceitos, teoremas, axiomas e regras da matemática, da química, da física ou da biologia? E.T.s? Até onde sabemos, não. Foram humanos, pois não? Então TODAS as ciências são humanas. Claro que o número de pós-gradução em humanas aumentou. São cursos que não necessitam de laboratórios, de atividades práticas, aliás não necessitam nem de que se comprove alguma coisa, são cursos de blá-blá-blá. Quando eu ingressei em minha primeira faculdade, lá pelos idos de 1985, fazer uma pós-graduação, ainda que em blá-blá-blalogia, era algo mais sério, restrito às universidades públicas, que conseguiam dar um aspecto um pouco mais austero a essas ciências chamadas de humanas.
Hoje o quadro é calamitoso. Qualquer um abre um curso de pós-graduação, à distância, on-line, não-presencial e a puta que o pariu. E pior: qualquer um "frequenta" um curso desses e sai de lá arrotando um diploma de pós-graduado.
Acreditem em mim, o tipo de gente que recorre a esses cursos não está interessada em ilustrar e aprimorar seu pensamento humanista, está interessada em um diploma rápido, fácil e barato, diploma que, se as coisas fossem um pouco mais corretas, ela jamais seria capaz de obter. Por pura e absoluta falta de cerébro. Trabalho em escola e sei do que falo, conheço um monte, que aumenta a cada dia, de verdadeiros asnos, analfabetos do ponto de vista acadêmico, que se dizem mestrados e etc. Principalmente os mais "encostados" e improdutivos, diretores de escola, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e professores que se dizem polivalentes, que dão aulas de "tudo", história, geografia, sociologia, psicologia, filosofia, ensino religioso, o que vier o cara diz que tasca; são pessoas que, inclusive, em sua grossa massa, nunca foram capazes de sequer serem aprovadas em um simples concurso público para a função que dizem desempenhar tão bem.
São essas pessoas que engrossam as estatísticas dos pós-graduados no país. Sinceramente, não vejo motivo para comemoração.
Qualquer idiota se pós-gradua em "humanas"; eu prefiro dizer, já que há a necessidade de uma classificação, que existem as ciências exatas e as ciências incertas, e esse aumento nos "nossos" mestrados e pós-graduados se dá nelas, nas ciências incertas, bem de acordo com a cara e o potencial do brasileiro. Enquanto isso, a Petrobrás, só para citar um exemplo, um raro caso de uma empresa brasileira que atingiu níveis internacionais de excelência, tem sido obrigada a adotar um regime de exceção e aceitar a inscrição de estrangeiros em seus concursos públicos, dada a falta de mão-de-obra nacional. Milhares de pós-graduados discutindo Piaget, Paulo Freire, Lacan, Freud, Platão, e o Brasil continuando a pagar royalties de computadores, carros, eletrodomésticos, roupas e remédios. E o Brasil sem desenvolver tecnologia própria, eternamente a se fascinar pela tecnologia estrangeira, eternamente a se embasbacar pelo espelhinho do português. Aliás, esse aumento nas pós de humanas me lembrou uma piada, que tentarei narrar aqui de maneira resumida: "Um deputado visitou uma reserva indígena para ouvir pedidos da indiarada, que queria melhorar a educação da tribo e pleiteava cursos superiores. Ouviu um a um e todos foram categóricos: queriam faculdade de pedagogia na tribo. O deputado comentou com o cacique a sua estranheza, pois ele esperava que os índios requisitassem cursos de agronomia, piscicultura, zootecnia, assuntos mais ligados ao seu modo de vida, e perguntou o porquê da predileção pelo curso de pedagogia. O cacique respondeu: é que o MOBRAL é muito difícil, né?" E é isso!

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