Carvalhos, Beladonas e Amores-Bonsai

Antes de você me ensinar sobre a vida
Eu achava que o tempo era mero temperamento climático
E amores não correspondidos como plantas venenosas
Que se cultivam secretamente
Em quartos escuros por extravagância e afeição.
 
Amores correspondidos são muito mais como carvalhos centenários
Que se plantados equivocadamente em vasos
Ou morrem ou nunca se tornam o que nasceram para ser.
 
“Você está nos meus pensamentos, sempre e sempre”.
Viva moderadamente e cuide-se bem.
 
(recebi esse poema nos comentários da postagem "É a parte que lhe cabe do meu latifúndio". Um anônimo, na verdade, tenho certeza de que uma anônima - só uma mulher pode escrever desta maneira - o enviou. Nem sei se ela gostaria de vê-lo publicado como uma postagem, mas não resisti à sua enternecedora beleza e à sua desoladora tristeza. Veio sem título, o poema. Tomei a liberdade de lhe dar um)

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5 Comentários

  1. Esse poema é de uma beleza que extrapola limites. Acho extremamente difícil escrever algo tão profundo, ainda mais com a delicadeza dessa escolha de palavras, que parecem ter nascido para serem combinadas.
    Inclusive, ótimo título também.

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    1. Andei lendo algumas coisas do seu blog; ainda vou fuçar mais por lá, mas já deu pra ver que você também sabe combinar muito
      bem as palavras
      Obrigado pelo comentário.

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    2. Uma honra! Agradeço imensamente.
      Pelo que li daqui também, você parece ter muita experiência com a escrita. Escolhe e lapida muito bem as palavras.

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