FEBRIL

Minha cabeça está a prêmio,
Meu pescoço, por um fio.
Tudo trava,
Calo toda palavra
E vou dormir febril.
 
Minha corda é sempre bamba,
Meu caminho, escorregadio.
Tudo é confusão,
Sufoco toda emoção
E vou dormir febril.

Meus dias são sempre escuros,
Minhas noites, desvario.
Tudo embriaga,
Anestesio cada chaga
E vou dormir febril.

Minha lógica não tem forma,
Meu pensamento, doentio.
Tudo é desatino,
Sem controle, alucino
E vou dormir febril.

Meu coração é pantanoso,
Meu peito, terreno baldio.
Tudo é tristeza,
Foge de mim toda a beleza
E vou dormir febril.

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